Com Moro no jogo, extremos terão de ‘comer poeira’ rumo ao Planalto

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* Gabriel Clemente – Sérgio Moro entrou no jogo político. Ainda não se sabe se será mesmo candidato e a qual cargo, mas tudo leva a crer que disputará a presidência da República.

Os adversários dos extremos, assustados, já começam a fomentar revanchismo, beligerância e ódio. Muitas narrativas, falácias e versões mirabolantes começam a pipocar nas redes sociais, a fim de tentarem manchar a reputação do ‘outsider’. A questão parece simples.

Há requisitos a serem preenchidos para qualquer pessoa ser candidata à presidência, a saber: Alfabetizado (a), ficha limpa, maior de 35 anos de idade e brasileiro (a) nato (a). Dessa forma, qualquer cidadão (ã) que cumprir essas exigências constitucionais pode se lançar nesse desafio. Então, com Moro não pode ser diferente.

Quanto às polêmicas da lavagem da ficha suja de Lula, cabe lembrar que o ex-presidente foi condenado em três instâncias judiciais, com provas fartas, inclusive com aumento de pena e habeas corpus negados. Foram necessários 7 anos e muitas manobras para anular as condenações.

Lula não é inocente. A verdade é que ele só conseguiu, lá no STF, trocar o foro das suas ações penais e, assim, ganhar tempo para que todos os seus crimes prescrevam. Suspeito, não?

Na ocorrência da sua prisão, só coube a Moro, ex-juiz federal de primeiro grau, cumprir a decisão das instâncias judiciais superiores. Só. Afinal, à época, ainda era válido o entendimento da Suprema Corte de recolhimento ao cárcere, após condenação em segundo grau de jurisdição.

Fala-se muito, também, dos grampos da chamada ‘Vaza Jato’, quando hackers teriam sequestrado supostas mensagens entre Moro e os procuradores da força-tarefa. Ok, mas para atestar a veracidade e a íntegra das conversas um laudo técnico-pericial é indispensável.

E foi o que ocorreu. Os peritos da Polícia Federal analisaram os celulares e chegaram à conclusão que ‘não foi possível atestar a integralidade, com possibilidade de terem ocorrido alterações e edições nas mensagens’, que podem ter sido modificadas e tiradas de contexto.

Então, onde estão as provas ? Onde ? Na dúvida, a favor do réu. Assim prega o bom Direito.

Quanto a Bolsonaro, claro que ele se elegeu na ‘onda’ de sucesso da operação ‘Lava Jato’. Inegável. Trata-se de fato incontestável que queria usar o prestígio público de Moro para dar um falso ‘verniz’ de combate à corrupção e ao ‘sistema’.

O que fica de mais relevante em tudo isso é que o Brasil lúcido conhece a verdade real. O fato é que, hoje, para incômodo de muita gente, Moro tem vida própria e desfruta de capital político para concorrer a qualquer cargo que deseje disputar. Nada o impede de se candidatar.

Caso encare mesmo a corrida presidencial, o ex-juiz terá de enfrentar dois ‘macacos velhos’ do jogo, políticos profissionais há décadas, que não costumam usar muito questões éticas para chegarem ao poder a qualquer custo, os adeptos do ‘vale-tudo’, do ‘dedo nos olhos’.

Sendo Moro ou não a capitanear a chamada ‘terceira via’, o país precisa se ver livre desses extremos populistas que nos enganam há mais de 20 anos. Afinal, merecemos muito mais.

Gabriel Clemente

* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como repórter da Rádio ABC, assessoria de imprensa política e na comunicação institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA) 

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