* Carlos Alberto Coquinho Bazani – Pouca gente sabe ou mesmo conhece. Mas a cidade de Santo André tem um Palácio, mais precisamente um Palácio de Mármore, um jardim suspenso, com muito luxo, pompa e bom gosto, nas instalações da cincoentona Moinho São Jorge, na Avenida dos Estados. O local já recebeu autoridades de todo o Mundo e brasileiros de todos os naipes.
O jardim suspenso, anexado ao enorme e bem decorado salão de festas, conhecido como Palácio de Mármore, no último andar do edifício, em Santo André, foi inaugurado pelo então secretário geral da ONU, Dag Hammarskjoeld, e recebeu presidentes, imperadores, artistas e personalidades de destaque nacional e internacional.
Espaço sediou inúmeros casamentos e formaturas naquele agradável ambiente
No oitavo andar do Moinho, a capela de São Jorge, padroeiro do Grupo, representa uma verdadeira obra de arte, com vitrais de autoria e execução do renomado Arystarch Kaszkurewicz, cujas obras são encontradas em inúmeras igrejas católicas, em vários estados brasileiros; seu trabalho é destacado no livro “O arquiteto dos Deuses”.
Tudo começou em Bica da Pedra, hoje Itapuí, onde a família Chammas detinha um pequeno comércio que evoluiu e logo se tornou um atacadista e importador de expressão na região de Jaú, a Casa Chammas. Já na década de 1940, Adib Chammas e João Chammas destacavam-se no comércio de gêneros alimentícios, importação e exportação, com foco na farinha de trigo, enlatados, bebidas, café e algodão, e ao longo de sua trajetória, atuaram em diversificados setores econômicos, com ênfase aos setores trigo e derivados, laticínios, têxtil e automotivo.
A história do Moinho São Jorge começou em 1951, quando se iniciaram as obras e a importação de máquinas da Alemanha para aquele que viria a ser o maior e mais moderno moinho de trigo do mundo daquela época. Convidado pelo presidente Getúlio Vargas, Adib Chammas foi o primeiro empresário brasileiro a instalar uma grande unidade moageira no Estado de São Paulo, e escolheu a cidade de Santo André por fazer divisa com o maior centro consumidor do país – São Paulo, e por ser próximo de Santos, além de possuir uma linha férrea que cruzava a cidade.
Desde a iniciação, até o presente, elevados investimentos tem sido feitos na planta e nos processos industriais de modo a manter-se no ápice da tecnologia, propiciando qualidade e eficiência de produção. Além de seu parque industrial moderno e eficiente, as imponentes instalações do Moinho São Jorge refletem a importância e a representatividade da empresa na economia nacional, alavancada pelo prestígio de seus acionistas.
* Carlos Alberto Coquinho Bazani é natural de Santo André. Foi colaborador do Jornal Informação Resumo Jovem; da Gazeta do Grande ABC; da Rádio Orion FM e trabalhou na Assessoria de Comunicação e na Secretaria de Educação Cultura e Esportes de Santo André. É membro eleito do Conselho Diretor do Fundo de Cultura, além de coordenador do Bloco O Beco do Conforto. Contato com o colunista: carlosalbertobazani@gmail.com.br
Eu mesmo não conhecia pessoalmente, mas meu querido Pai sempre comentava das festas por lá…
Parabéns pela reportagem Coquinho! Importante divulgar as coisas boas de nossa cidade e país pois elas existem! E certamente essa é uma delas! A minha pergunta o palácio suspenso é aberto para visitas? Abs
Bateu saudade dos tempos dos grandes bailes do Palácio… Bons tempos…
Muito bom Coquinho. Tive o privilégio de participar de grandes bailes de formatura lá no Palácio. Me lembro que a gente pegava o elevador e quando chegava ao topo, estava com o terno todo marcado de farinha de trigo. Muita saudade.
Meus padrinhos estão nessa foto
Muito interessante! Não sabia deste Palácio…devia ser aberto a visitações…Gostei!
Não é um Palácio como estamos habituados a ver em filmes ou fotos. Porém, é tão bonito e elegante, com um lindo jardim suspenso, q recebeu o nome de Palácio de Mármore. Merece o nome.
Trabalhei na produção de trigo desse moinho, sinto grande saudades ,dos grandes amigos que fiz ,da função que eu exercia
Parabéns pelo artigo. Muitos andrenses realmente não conhecem essa história. Tive tios que trabalharam nessa obra. Tudo era um luxo.
Nossa que lugar lindo, eu desconhecia, vi hj em uma reportagem do dgabc. Parabéns pela reportagem que este belo lugar seja tombado, dada a sua importância!