Ministério Público conclui apuração e pede cassação de Auricchio e Vidoski

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Site RD (Repórter Diário) – O promotor de Justiça de São Caetano, Newton José de Oliveira Dantas, apresentou à Justiça suas alegações finais no caso das doações de campanha e pediu de cassação do mandato e da diplomação do prefeito José Auricchio Júnior e de seu vice Roberto Vidoski (ambos do PSDB).

Os tucanos são acusados de receber doações irregulares de Ana Maria Comparini e de Maria Alzira Garcia Correa Abrantes durante a campanha eleitoral de 2016. O montante chegou a R$ 643 mil. As duas tem parentes na empresa Globo Contábil, contratada para fazer a contabilidade da campanha tucana e cujo sócio administrador, Eduardo Abrantes, teve a atuação em campanhas eleitorais suspensa pela Justiça após a denúncia.

A decisão do promotor foi tomada na última semana, após a data marcada para a oitiva de Auricchio e Vidoski, na quinta-feira (13). Há informações extraoficiais de que os dois não prestaram depoimento, e que este foi dispensado pelo juiz Pedro Correa Liao. O magistrado não recebeu a imprensa e a assessoria do TJ informou que os juízes “não podem se manifestar porque são vedados pela Lei Orgânica da Magistratura”.

O Repórter Diário foi até a casa de Maria Alzira, em agosto do ano passado. Ela mora no bairro de São João Clímaco, na divisa da Capital com São Caetano. Lá a filha dela, Maria Eliana Abrantes, disse que a mãe estava internada e não sabia das doações.

Em julho, a reportagem já tinha ido até a casa de Ana Maria Comparini Silva, em Jundiaí; ela é mãe de Rita de Cássia Silva, funcionária da Globo Contábil. Na época, o advogado Fernando Gardinali, na condição de representante de Eduardo Abrantes, entrou em contato com o RD e assegurou que a doação em nome de Maria Alzira a Auricchio é legal. “O estado de saúde (dela) não interfere na condição legal da doação. O que importa para a Justiça Eleitoral é a regularidade da transferência e podemos comprovar”, garante o jurista.

As doações são consideradas irregulares porque não correspondem à renda informada nas declarações prestadas à Receita Federal no ano anterior. As doadoras teriam que ter uma renda superior a R$ 3 milhões cada uma no ano de 2015. Segundo a procuradoria regional eleitoral, Ana Maria é pensionista do INSS e sem recursos financeiros para a doação. O vereador de São Paulo Camilo Cristófaro (PSB) também foi contemplado com R$ 6 mil doados por Ana Maria. Ele teve o mandato cassado no último dia 6 de dezembro.

O Repórter Diário procurou os advogados de Auricchio para comentar o relatório do Ministério Público, mas não obteve retorno.

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