Da Redação – A vereadora de Santo André Bete Siraque (PT) apresentou na Câmara de Santo André um requerimento ao Governador do Estado de São Paulo e à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo solicitando a adoção de medidas para o funcionamento da Delegacia de Defesa da Mulher de Santo André, em regime de 24 horas, assim como a destinação de recursos materiais e humanos para adequação da unidade à realidade do Município.
Bete justifica que o Dia Internacional da Mulher é uma data que nos inspira a fazer um balanço de todas as conquistas alcançadas e do quanto ainda falta obter para que as mulheres possam usufruir de cidadania plena. A Delegacia de Defesa da Mulher em Santo André funciona na Praça Ministro Salgado Filho, n.º 674, na Vila Guiomar, de segunda à sexta, das 9h às 18h. Todos sabemos que a maioria dos crimes contra a mulher acontece à noite e aos finais de semana, tendo as mulheres de procurar as delegacias comuns, onde não há atendimento psicológico ou orientação jurídica, nem há articulação com redes de proteção à mulher, deixando muitas vezes as vitimas sem abrigo ou em risco de vida.
A violência contra a mulher é uma triste realidade não só em Santo André, como no Grande ABC. Só em janeiro deste ano, as quatro Delegacias de Defesa à Mulher (Santo André. São Bernardo do Campo, Diadema e Mauá) somaram 472 inquéritos, os quais investigam casos que vão desde ameaças até a estupros. O número é 19,49% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado: 395. Em 2016 foram 2.524 inquéritos durante os 12 meses, totalizando quase sete casos diários.
De acordo com a Delegada Titular de Santo André Dra. Adrianne Mayer Bontempi, cerca de 80% dos casos são relacionados à violência doméstica, quando a vítima é agredida pelo marido, pai, namorado ou alguém de dentro de casa e considera que a alta nos números significa que as mulheres estão buscando mais ajuda e afirma que “hoje existe maior conscientização, o que leva ao empoderamento. A mulher não aceita mais essa cultura machista. A luta pela igualdade de gênero é muito difundida”.
A Delegacia de Defesa da Mulher em Santo André mantém programa para homens envolvidos em casos de violência contra a mulher, sendo que foram atendidos 20 homens em outubro e deve ser iniciada a segunda turma neste mês. “É imprescindível que caso a Delegacia da Mulher funcione em regime de 24 horas que aumente o número de profissionais nesse tipo de atendimento e sejam reforçados os recursos disponíveis, dotando nossa unidade com mais viaturas, material de trabalho, condições de realização de diligências e apuração de fatos, para dar combate à onda de violência que vitima as mulheres de nossa Cidade”, destaca a vereadora.
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