Vacina contra o crack pode ser alternativa no combate à Cracolândia, defende Rafa Zimbaldi 

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Deputado do Cidadania quer que o responsável pelo desenvolvimento do imunizante em Minas Gerais, o médico Frederico Garcia, vá à Alesp explicar sobre a pesquisa aos membros da CPI da Epidemia do Crack 

Da Redação – Prestes a ser testada em humanos, a vacina Calixcoca pode ser providencial no combate à Cracolândia, em São Paulo-SP. É o que defende o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania). O parlamentar quer que o idealizador do imunizante, o médico Frederico Garcia, fale na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sobre os estudos realizados até então e que comprovam a eficácia do fármaco contra o vício por crack e cocaína.  

Professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Garcia foi convidado por Zimbaldi para compartilhar informações sobre a vacina na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Epidemia do Crack. O grupo foi criado recentemente para discutir o impacto do crack, do K9 e da cocaína, entre outras drogas, nos municípios paulistas. 

Segundo o deputado do Cidadania, a ideia é que o pesquisador fale sobre os avanços do imunizante, que, uma vez aprovado para uso em humanos, pode ser importante instrumento de combate à Cracolândia – região do centro de São Paulo que abarca, há anos, população em situação de rua com severa dependência química, sobretudo, de crack: 

“O crack, a cocaína e outras drogas correlatas resultam num problema não só de saúde pública, mas, também, de segurança, de assistência social e de direitos humanos. O maior símbolo dessa triste realidade é a Cracolândia, que perdura há décadas no centro de São Paulo e que está se tornando cada vez mais descentralizada e violenta. Trata-se de um passivo social a ser solucionado pelo poder público. Vejo a (vacina) Calixcoca como um caminho viável”, analisa Zimbaldi. 

Na fase pré-clínica de testes com ratos, o imunizante se mostrou capaz de bloquear o efeito das substâncias ativas das drogas. Agora, a expectativa é que a aplicação em humanos também apresente avanços:  

“Nos testes realizados até o momento, os anticorpos produzidos pela Calixcoca criaram, a partir de uma molécula sintética, uma barreira, que impediu que a cocaína fosse levada pelo sangue para o sistema nervoso central. Essa é uma ótima notícia, uma vez que a vacina interrompe o mecanismo que provoca a compulsão pela droga”, adianta Zimbaldi.  

O imunizante contra o crack da UFMG concorre ao Prêmio Euro Inovação na Saúde. Em paralelo, os impactos positivos do medicamento motivaram o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a anunciar uma parceria para o desenvolvimento integrado da Calixcoca:  

“Nosso dever é trabalhar para ajudar quem se afunda nesse vício e prejudica suas famílias, a própria vida e a sociedade como um todo. Além do doutor Frederico (Garcia), representantes de comunidades terapêuticas devem ser ouvidas na Alesp sobre este problema tão grave para o País”, complementa Zimbaldi, que também integra a Comissão de Segurança Pública da Alesp. 

Próximos passos 

Na próxima etapa das pesquisas da Calixcoca, será avaliada, conforme o progresso dos estudos, a aplicação do imunizante em grupos elegíveis, incluindo os dependentes químicos em fase de recuperação.  

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), dependentes de crack e de cocaína respondem por 11% da dependência química no Brasil. 

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