* Adriano Sambugaro – Não é novidade que a retenção de perdas é um desafio para o varejo. E as histórias são muitas. Quem já não ficou sabendo de histórias sobre funcionários desleais furtando dinheiro da empresa ou a circulação das tão conhecidas notas falsas? O problema é tão sério que, no último ano, a atividade teve um déficit de 2,25% no faturamento líquido das empresas varejistas brasileiras, de acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR).
Em um mercado onde o dinheiro segue como uma das principais formas de pagamento, a gestão desses numerários deve ser tratada com cuidado e atenção. Segundo o Banco Central, em 2013, 78% da população tinha como meio de pagamento frequente o dinheiro. De acordo com o mesmo levantamento, entre 2012 e 2016 o montante de cédulas e moedas em circulação subiu de R$ 179 bilhões para R$ 227 bilhões, um crescimento em torno de 79% que não deixará de passar pelo varejo.
E apesar do advento nos últimos anos do cartão de crédito, débito e outras formas digitais de pagamento, o dinheiro ainda é e será a forma de pagamento mais utilizada. Isto, porque, aproveitando-se de uma preferência nacional, ao final de 2016, a Medida Provisória 764 sancionada pelo presidente Michel Temer, passou a autorizar lojistas a cobrarem preços diferentes para um mesmo produto de acordo com a forma de pagamento, como cartão de crédito, dinheiro, parcelamento etc. Pense bem: não existe outra alternativa que combine conveniência, confiança e anonimato.
Mais do que nunca, a tecnologia deve ser aposta do varejista para a gestão de todo esse montante que será absorvido por ele. Afinal, precisamos estar atentos para não assumir, ainda mais, os custos de perda por furtos, roubos ou erros na operação. Precisamos deixar para trás a insegurança quando o tema for gestão de numerários. Hoje, quando isso é realizado manualmente, o sentimento que se tem é de desconfiança, desde a contagem na loja ao depósito no banco.
E isso não é segredo para ninguém. Nem para o lojista, nem para quem conta. Por isso, as empresas criam sistemas e processos caros, com mão-de-obra intensiva, para verificar o dinheiro à medida que ele se desloca durante o processo. E na tentativa de eliminar perdas com erros e desconfiança, gasta-se ainda mais do que o previsto. Por exemplo, uma empresa pode passar dias tentando identificar e corrigir um simples erro de entrada de dados no sistema, gerando ainda mais custos e perdas.
Um desperdício de pessoal e local específico para esta operação. Agora, com um cofre inteligente, o sistema de gestão de dinheiro passa a ser automatizado, as notas e as moedas são contadas e validadas automaticamente, gerando um relatório final com todos os valores depositados ao longo do dia, de forma mais rápida, sem a necessidade de supervisão constante.
De uma vez por todas, adotar softwares que realizem a gestão de numerário com monitoramento online e em tempo real a nosso favor. Automatizar funções da tesouraria até a contagem de todo o valor alcançado no final do dia. Precisamos apostar em tecnologias que sejam capazes de reduzir nossas perdas.
* Adriano Sambugaro é diretor de marketing da Gunnebo Brasil (www.gunnebo.com.br), empresa com sede na Suécia e filiais em mais de 32 países, com expertise em soluções de segurança física e eletrônica, gestão de numerário e controle de acesso
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