* Gabriel Clemente – Próximo às eleições, tenho ouvido muitas entrevistas nas principais rádios do país referentes à “confiabilidade” dos resultados das urnas eletrônicas. Aliás, há tempos esse assunto é posto em discussão.
Parte dos especialistas em informática e segurança da informação afirma que a confiança é total, imune a fraudes. Será mesmo? Vamos aos fatos.
Nos EUA, a maior potência econômica e militar mundial, que possui 50 estados federativos, apenas 11 usam as tais urnas eletrônicas. Em todo o planeta, com cerca de quase 300 países, apenas 25, incluindo o Brasil, utilizam o método.
Esses dados oficiais me causam muita estranheza. Por que países infinitamente mais desenvolvidos do que o nosso a rechaçam ?
O presidenciável Jair Messias Bolsonaro (PSL 17), capitão reformado do Exército e parlamentar há quase 30 anos, sugeriu projeto de lei para a impressão dos votos das urnas eletrônicas, como forma de uma suposta, hipotética e necessária futura conferência dos resultados das eleições.
No entanto, rapidamente, o “especialista” em conceder liberdade a bandidos do “colarinho branco”, o ministro do STF, Gilmar Mendes, criticou a medida, alegando gastos astronômicos desnecessários para a implementação da proposta.
Mas, ué ? Em um país já saqueado por políticos há tanto tempo e com um Judiciário cheio de mordomias e muito bem remunerado, o que seriam mais alguns milhões para garantirem a total transparência da vontade popular da maioria por meio do voto, o maior símbolo da democracia ?
Ministro Gilmar, democracia com integridade e lisura também custa dinheiro, como quase tudo nessa vida. Por que essa implicância? Medo? De quê?
Ressalto que a proposta partiu do presidenciável Bolsonaro, mas o Legislativo também tratou de abafar a iniciativa ligeiramente.
Infelizmente, creio que não terei a oportunidade de ver atitudes coerentes e sérias no nosso país para enfrentarmos três dos principais problemas que nos afligem; fraudes, vigaristas e corrupção endêmica há décadas.
* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou em assessoria de imprensa política e na comunicação institucional do Centro Universitário Fundação Santo André.
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