Coluna Mas que mundo cão: cuidado com a alimentação do seu pet

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* Camila Ferrini – Já ouviu aquela frase, você é o que come? Com seu pet é a mesma coisa! Hoje em dia sabemos a importância de uma alimentação balanceada. Nós humanos nos importamos muito com isso, uma fruta aqui, uma verdura ali. Então, por que não usar toda essa preocupação com nossos amigos de quatro patas?

Temos uma extensa lista de alimentos destinada ao publico pet hoje em dia. Rações, Alimentações Naturais (AN) e também a famosa comida caseira. Na praticidade do dia-a-dia normalmente optamos pelas rações, pois são alimentos completos, balanceados, feitos com os melhores produtos e com acompanhamento nutricional. Mas até onde isso realmente é válido? Então vamos entender um pouco mais sobre os tipos de rações e tentar ajudar você leitor (a) a escolher o melhor alimento para o seu amigão.

Conversei com a Dra. Ana Lúcia Ferreira O. Meira, proprietária da clínica Pet Land, veterinária há 13 anos, com especialidade em Nefrologia e Odontologia animal. Atualmente, além de clinicar, ela atua como diretora da Vigilância Sanitária em Santo André. Dra. Ana Lúcia contou que existem no mercado pet quatro opções mais conhecidas de rações: Popular, Standard, Premium e Super Premium. As três últimas focadas basicamente em cães e gatos.

POPULARES – São rações básicas feitas com subprodutos vindos do milho, trigo, algodão e arroz. Ou seja, para nossos amigos carnívoros (cães, gatos) faltam muitos ingredientes para balancear essa dieta. Não possuem nenhum tipo de proteína animal. Esse tipo de alimento é recomendado a herbívoros.

STANDARD – São rações simples de baixa qualidade e valor nutricional, possuem altos índices de corantes, realçadores de sabor, glúten de milho, farinha de carne e ossos, gordura animal. Contudo, mesmo contendo a proteína animal não tem o valor nutritivo diariamente necessário fazendo assim o animal ingerir maior quantidade desse tipo de ração ou até buscar outras fontes de nutrientes. Chamamos essa deficiência nutricional de Pitialismo, a mais conhecida delas é a coprofagia, onde o animal ingere as próprias fezes.

PREMIUM – São rações feitas com material de primeira qualidade, controladas e com sua formulação balanceada, valores nutricionais ideais. Não possuem corantes. Na maioria são feitas com proteína animal mais simples. Ex. aves ou bovinos. Suprem a necessidade diária nutricional do animal, quando ofertada na quantidade recomendada pelos especialistas.

SUPER PREMIUM – São rações, assim como a Premium de primeira qualidade, porém sua proteína animal é diferenciada, tem em sua formulação como base carnes de ovelha, cordeiro, peru, salmão. É a ração mais indicada. Entende-se que o trato digestivo dos carnívoros tem maior digestibilidade, ou seja, o trato digestivo canino tem menos “trabalho” para metabolizar as proteínas das rações de tipo Premium e Super Premium. Esta característica promove uma vida mais saudável e reduz o volume e odor das fezes do animal.

Temos também hoje em dia a chamada Alimentação Natural, que nada mais é que: “Uma ração balanceada de acordo com a espécie, raça, peso, rotina, disposição, idade, comportamento, tamanho, pré-disposição genética, alergias, temperamento, etc.,… ufa!”

Pois é, a ALIMENTAÇÃO NATURAL é diferente da ALIMENTAÇÃO CASEIRA! Para inserir uma dieta a base de ”AN“ é necessária a avaliação de um veterinário nutricionista, exames bioquímicos, exames físicos e adaptação. Cada animal é de uma forma e a grande maioria das vezes são necessários suplementos.

A alimentação caseira é a menos recomendada de todas, pois são os chamados “restinhos” de comida. E ai mora o grande perigo, existem alimentos que para nós não são tóxicos, mas para os animais são. Muitas vezes pode ser fatal.

Aproveitei a conversa e perguntei sobre filhotes. Qual a melhor época para desmamá-los e começar a introduzir a ração na alimentação diária do filhote. Ela respondeu que após um mês já se pode entrar com a papinha de desmame e com aproximadamente 45 dias entrar com ração de filhote. Sempre observando o porte e tamanho dos grãos ofertados. No início umedecendo e aos poucos ofertando somente a ração seca. O principal é sempre dar a quantidade recomendada e ter o acompanhamento do médico veterinário.

É importante frisar que a forma de alimentar seu animal jovem refletirá em sua fase adulta e idosa. Uma alimentação regrada, com todos os componentes necessários prolongará a vida de seu amigo. Já uma alimentação descontrolada poderá ocasionar sérios problemas de saúde. Como problemas endócrinos, ósseos, gastrointestinais e muitos outros.

Vale lembrar ainda que juntamente com a alimentação, outras ações prolongam a qualidade de vida do seu pet, como passeios regulares, vacinas, castração, banhos periódicos, socialização e o principal deles que é o amor.

(Dra. Ana Lúcia Ferreira O. Meira, proprietária da clínica Pet Land em Santo André – Fone: 4436.3255)

 

* Camila Ferrini L. Ferreira, 36 anos, tem formação superior em Gestão Ambiental e de Tecnóloga em Veterinária, além de simpatizante da causa animal. Apaixonada pela vida, busca os mais diversos tipos de voluntariado, principalmente nas áreas animal e infantil

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