Da Redação – No dia 25 de novembro de 2021, o Núcleo Ajeum, do diretor Djalma Moura, estreia a temporada do Projeto Iku contemplado na 28ª edição do Fomento à Dança da cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
A temporada será gratuita e contará com o lançamento do filme dança “IKU – A Morte um dia acolherá orí”, que será exibido no Youtube, de 25 a 28 de novembro de 2021 (quinta-feira à domingo), às 19:00 e 22:00, sendo necessário reservar os ingressos através do Sympla. O link para retirada de ingressos será disponibilizado nas redes sociais do grupo @nucleoajeum.
No dia 03 de dezembro (sexta-feira), às 18:00, o Núcleo Ajeum estreia a temporada presencial do espetáculo IKÚ no CRD – Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo e realiza o lançamento da segunda edição da Revista Ajeum, em formato físico e digital.
A temporada segue com apresentações gratuitas de 06 a 09 de dezembro, às 20:00 na Oficina Cultural Oswald de Andrade e de 10 a 12 de dezembro, sexta-feira e sábado às 21:00, domingo às 19:00, no Teatro João Caetano, que fica na Vila Clementino, em São Paulo.
O Projeto Iku nasce do desejo de tecer novos olhares sobre a morte, pensando nela não como uma oposição à vida, e sim como uma energia cíclica universal que está presente e é fundante dos afrossentidos que acolhem neste momento difícil de passagem.
O Núcleo Ajeum reflete sobre a morte na perspectiva da Ikupolítica, sentindo as ausências, questionando os motivos e suas estruturas, mas se abrindo à possibilidade de celebrar esse ancestral que se foi, celebrar suas ações, sua existência e as contribuições para sua comunidade e família. “Através da ikupolítica revitalizar as experiências comunitárias para festejar, celebrar, cultuar e ancestralizar a passagem dos nossos”, comenta a equipe do projeto.
Através da dança, o Núcleo Ajeum constrói uma narrativa que se potencializa ao dar espaço às possibilidades de imaginar outros mundos possíveis. Ao invés das causas da morte e do morrer, a abordagem segue para construção da figura da morte e seus ciclos, suas passagens e trânsitos. Assim, diante das rupturas, dos desconfortos e da desorganização que a morte despeja no mundo, evocar os pactos necessários com as forças invisíveis para adiar esses desequilíbrios e preenchê-los com vida.
“Neste momento complexo em que vivemos no Brasil, com tantas mortes sendo contabilizadas a cada 8 minutos, a cada 23 minutos, a cada 24 horas, refletimos também sobre os temores de vidas pretas em razão de situações que são perpetuadas como algo comum e corriqueiro. O terror e o temor de ser a próxima pessoa a se contagiar, a ser confundida com alguém suspeito, ao reagir a uma acusação injusta enquanto circula com sua bicicleta no parque, por exemplo”, explica o Núcleo Ajeum.
Para elaborar a dramaturgia o grupo foi em busca de estruturas africanas e afrodiaspóricas sobre a morte e o morrer. Para além da mitologia de Iku e suas funções no àiyé, o grupo procurou estabelecer outras encruzilhadas neste processo criativo, como o Cosmograma Bakongo, em que a vida tem uma profunda ligação com o sol, simbolicamente transitando entre o amanhecer e o anoitecer, e também a Kalunga, que representa a morte, mas também a liquidez de tudo aquilo que nos constitui.
“Para o povo bakongo, cada pessoa é um sol na comunidade que brilha e irradia durante a vida. Quando a morte chega é o momento de se despedir deste sopro da vida e anoitecer. Como na imensidão do mar, a Kalunga é um portal que nos mergulha em outro plano, o plano dos espíritos e ancestrais, e assim cada pessoa segue por novos caminhos espirituais”, finaliza o núcleo.
Com o Projeto Iku o Núcleo Ajeum se conecta aos saberes milenares do povo bakongo e suas imensidões de significados evidenciando sua maneira peculiar de compreender e encarar a morte. Mais informações: www.nucleoajeum.com, www.facebook.com/nucleoajeum e @nucleoajeum
Serviço – Estreia do filme dança “IKU – A Morte um dia acolherá orí” Sinopse: O Núcleo Ajeum reflete sobre a morte na perspectiva da Ikupolítica, sentindo as ausências, questionando os motivos e suas estruturas, mas se abrindo à possibilidade de celebrar esse ancestral que se foi, celebrar suas ações, sua existência e as contribuições para sua comunidade e família. Quando: 25, 26, 27 e 28 de novembro de 2021 (quinta-feira à domingo) – Exibições: 19h e 22h. Onde assistir: Youtube (canal fechado) – Ingressos: link disponibilizado em @nucleoajeum
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