Temer: Bolsonaro precisa de crédito; FHC defende que presidente seja árbitro

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Da Redação – “Governo sem crise é governo sem ação”; “Tem que ser mais árbitro do que torcedor”; “Amigos e família são problemas para quem está no governo”. As palavras são dos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, entrevistados na estreia de Eduardo Oinegue ao lado de Carla Bigatto e Felipe Bueno no “BandNews no Meio do Dia”, da BandNews FM. A entrevista completa pode ser ouvida no site da emissora.

Questionado sobre o mal-estar envolvendo um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, e o ministro Gustavo Bebianno, FHC disse que o importante é não deixar a onda te levar. Segundo ele, qualquer crise vai direto para a mesa do presidente e não se pode escolher um dos lados; é preciso se conter, apesar do que sente o coração.

Michel Temer alegou que crises são naturais e, mesmo grandes, precisam sair pequenas do gabinete presidencial. O político do MDB justificou que o diálogo é o melhor caminho.

Michel Temer argumentou que Jair Bolsonaro tem pouco tempo de governo, uma vez que ficou 18 dias internado e cinco dias em Davos. Para ele, é necessário passar uma mensagem de otimismo ao Brasil e acreditar não só em bajuladores, mas também em pessoas que enxergam o governo com distância.

Fernando Henrique Cardoso disse que, no exercício da presidência, conversava muito com os funcionários do Palácio da Alvorada e sempre havia um choque de informações. FHC descreveu as dificuldades para aprovar o fator previdenciário e Michel Temer admitiu a decepção por não ter aprovado a reforma da Previdência.

Ambos também falaram sobre recuos durante o período no Palácio do Planalto. Segundo Michel Temer, retroceder é um fenômeno democrático; o contrário é autoritarismo. Fernando Henrique Cardoso afirmou que “só gente segura volta atrás”.

FHC disse ainda que ministros do Supremo Tribunal Federal não têm que ser populares e que é preciso evitar a politização da Justiça.

Michel Temer, ao falar sobre a prisão em segunda instância, defendeu a mudança na Constituição.

Já o tucano voltou a criticar a atual política sobre drogas e reconheceu que quem manda nas favelas do Rio de Janeiro é o tráfico de drogas.

O emedebista lembrou que a questão da violência é política de Estado, mas ressaltou que criou o Ministério da Segurança Pública para tentar amenizar a questão.

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