Superintendente do GRAACC orienta sobre os riscos dos pacientes oncológicos na pandemia de COVID-19

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A agressividade do vírus nestes pacientes torna-se maior porque, devido à doença, a capacidade de defesa do organismo é menor

Da Redação – O alto potencial de contágio do novo coronavírus deixou toda a população exposta e suscetível a contrair a doença. Mas alguns grupos estão ainda mais vulneráveis, como é o caso das crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer e que, por conta disso, têm seu sistema imunológico abalado. Os pacientes oncológicos costumam ter queda na imunidade devido à doença ou por causa dos tratamentos aos quais são submetidos – quimioterapia, radioterapia, uso de corticoides, entre outros.

“É imprescindível redobrar os cuidados com este grupo de pacientes durante este momento de pandemia, já que o novo coronavírus aumenta de forma expressiva o risco de complicações”, afirma o Superintendente Médico do GRAACC, Dr. Sérgio Petrilli. “É preciso avaliar cada caso para escolher a melhor conduta e garantir a segurança dos pacientes em tratamento. Uma consulta de seguimento (que serve para acompanhar a evolução da pessoa e do tratamento) pode ser reagendada. “A rotina imposta à população nesse momento muito se assemelha aos hábitos dos pacientes oncológicos. Agora, torna-se necessário reforçar ainda mais a prevenção”, acrescenta.

Dr. Petrilli ressalta ainda que decisões sobre rotina de tratamento devem ser tomadas junto ao médico e visitas ao pronto-socorro devem ocorrer exclusivamente se houver presença de sintomas típicos da Covid-19, como a falta de ar.

O Hospital do GRAACC já implementou medidas de prevenção e segurança desde a recepção e seguem com as mesmas diretrizes no pronto-socorro e consultórios. Os atendimentos estão sendo agendados com um intervalo maior de tempo.

Segundo Dr. Petrilli, a recomendação é que os pacientes oncológicos que estiverem com sintomas do novo coronavírus devem procurar o serviço especializado de origem (o mesmo que realiza o seu tratamento), e não um pronto-socorro de hospital geral, e não comparecer ao hospital caso só apresente sintomas gripais, com acompanhantes acima dos 60 anos.

Dicas de Prevenção

Qualquer paciente oncológico pode ser considerado parte do grupo de risco?

Dr. Sérgio Petrilli: Pacientes oncológicos, em geral, são considerados grupo de risco e demandam ainda mais cuidados e atenção. E os pacientes em tratamento de quimioterapia, bem como os transplantados, são mais vulneráveis que os demais. Com a pandemia de coronavírus é necessário redobrar a atenção. É importante continuarem com o uso da máscara ao sair na rua quando forem ao hospital, além dos cuidados adequados com a higiene pessoal e etiqueta respiratória.

Caso haja suspeita de COVID-19 a consulta deve ser priorizada?

Dr. Sérgio Petrilli: No Hospital do GRAACC o paciente com suspeita ficará em ambiente arejado, isolado e distante dos demais pacientes, para a pesquisa do COVID-19 em ambulatório, caso apresentar sintomas de febre alta, tosse seca e coriza. O seu acompanhante precisa permanecer de máscara enquanto estiver no hospital.

Frente à pandemia do Covid-19, um tratamento quimioterápico deve ser mantido ou há caminhos alternativos?

Dr. Sérgio Petrilli: A recomendação é não interromper o tratamento, pois a doença pode voltar. É importante conversar com o seu médico sobre a melhor forma de continuar realizando o tratamento sem riscos.

É possível realizar o tratamento em casa, para evitar o deslocamento e contato com outras pessoas?

Dr. Sérgio Petrilli: Para alguns tratamentos de manutenção conseguimos aumentar o tempo para que possam ficar em casa. Porém há tratamentos por via endovenosa e estes precisam ser realizados dentro do hospital, com todo cuidado que sempre foi feito. Nossa recomendação é de que continuem seguindo o que já foi proposto por seus médicos e que evitem aglomerações e contato com outras pessoas.

Pacientes oncológicos que estiverem com sintomas ligados ao coronavírus devem procurar o pronto-socorro imediatamente?

Dr. Sérgio Petrilli: O pronto-atendimento de hospitais gerais, principalmente nesse momento de pandemia, traz riscos aos pacientes oncológicos pela presença de outras pessoas com sintomas gripais. Assim, quem estiver com sintomas gripais leves (tosse, coriza, dor de garganta) não precisa ir ao pronto-atendimento. Mas é necessário ficar atendo à progressão dos sintomas e reavaliar todos os dias. Se surgir febre acima de 37,8º C, dor ao respirar ou falta de ar, o paciente oncológico deve procurar o hospital que já realiza o seu tratamento.

Cuidados que as pessoas que moram com pacientes oncológicos precisam ter em tempos de coronavírus?

Dr. Sérgio Petrilli: A dica é cada um cuidar de si para poder proteger o outro. Exemplo: caso o adulto precisa ir ao supermercado, farmácia, bancos, ele precisa usar máscaras, álcool gel e, ao chegar em casa, realizar a higiene pessoal e do ambiente.

Pacientes oncológicos, devido à imunossupressão, devem adotar quais medidas?

Dr. Sérgio Petrilli: A rotina desses pacientes já é bem criteriosa. Então, não há novas recomendações. Apenas reforçamos a importância de lavar as mãos, evitar contato com pessoas doentes e aglomerações. Como são sempre informados da sua vulnerabilidade, sempre estiveram sob os cuidados de higiene e isolamento que toda a população está sujeita neste momento.

Existe alguma medida extra de prevenção ao coronavírus relacionada à imunidade? Qual mensagem o Superintendente Médico do GRAACC pode nos deixar diante desta pandemia?

Dr. Sérgio Petrilli: Não há nenhum recurso comprovado na literatura a não ser uma possível vacina que não está disponível no momento para aumentar a imunidade. Neste período por mais difícil que seja, não podemos entrar em pânico. A regra é seguirmos as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), do Ministério da Saúde e mantermos o otimismo e a esperança, pois isto tudo vai passar. E nós, do GRAACC, estamos preparados para ajudar no tratamento e recuperação dos nossos pacientes oncológicos.

Sobre o GRAACC

Instituição criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento do ensino e pesquisa.

Em 2019, foram atendidos mais de quatro mil pacientes e realizadas mais de 35 mil consultas, 1400 procedimentos cirúrgicos e 22 mil sessões de quimioterapia. Mais Informações no http://www.graacc.org.br

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