Da Redação – Homens da Polícia Militar e da Defesa Civil serão mobilizados pelo governo do Estado de São Paulo para, em conjunto com os municípios, exterminar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus. A estratégia faz parte do Plano Estadual de Combate às Arboviroses, coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde em parceria com outras 11 secretarias estaduais.
Integram o comitê estadual as secretarias de Segurança Pública, Meio Ambiente, Planejamento e Gestão, Direitos da Pessoa com Deficiência, Fazenda, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Agricultura e Abastecimento, Casa Civil, Casa Militar (Defesa Civil) e Governo.
A PM e a Defesa Civil vão se somar aos agentes da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) no trabalho de vistoriar locais que possam ser criadouros do Aedes e removê-los. Havendo necessidade, o Exército também poderá ser acionado. Será criado um fundo estadual específico para enfrentamento das arboviroses, visando responder a todas as demandas que se fizerem necessárias. O valor deste fundo será superior a R$ 50 milhões por ano.
O plano ainda prevê treinamento de profissionais de saúde de todo o Estado para diagnóstico e manejo clínico de casos suspeitos, oferta de exames sorológicos pelo Instituto Adolfo Lutz, inclusive para zika vírus, campanha maciça na mídia e parcerias com instituições dos setores público e privado para disseminação da mensagem sobre a importância de toda a população se envolver no combate aos criadouros do Aedes aegypti.
Segundo levantamento da Secretaria por intermédio da Sucen, 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências. Neste ano foram confirmados 630.021 casos de dengue no Estado. Não houve nenhum caso de febre chikungunya no Estado até o momento. No primeiro semestre deste ano foram confirmados dois casos autóctones de infecção pelo zika vírus, nas cidades de Sumaré e São José do Rio Preto. No momento não há a circulação do zika no Estado de São Paulo.
Rede sentinela – A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo criou uma rede sentinela com o objetivo de detectar precocemente a circulação do vírus zika no Estado, reforçando as medidas de vigilância e controle. Liderada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e pelo Instituto Adolfo Lutz, a rede tem como objetivo detectar precocemente a circulação do vírus no Estado.
Por meio de testes de RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, com Transcriptase Reversa, em Tempo Real), a Secretaria vem monitorando o zika no Estado, em diferentes regiões. Amostras de soro colhidas até o terceiro dia de sintomas de pacientes com suspeita de dengue que tiveram o resultado do exame negativo para a doença são testadas posteriormente para detecção de fragmentos de genoma do zika vírus.
A pasta também irá estabelecer parcerias com instituições de ensino e centros de pesquisas para estudos de avaliação dos fatores de risco decorrentes da infecção por zika. Haverá, ainda, vigilância especial com relação aos casos de microcefalia por meio da análise das notificações feitas ao CVE e dos bancos do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc).
Além disso, a Secretaria irá manter um canal constante de comunicação com entidades ligadas à área da Saúde, a exemplo do Cremesp, Coren, APM e as sociedades de pediatria, infectologia e ginecologia para intercâmbio de informações. Desde 2014, a Secretaria também estabelece protocolo específico de vigilância para monitorar o vírus chikungunya.
Grávidas e testes para zika – A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo vai oferecer, por meio do Instituto Adolfo Lutz, testes confirmatórios para zika vírus na rede de saúde. O exame de sorologia pelo método Elisa, que permite detectar anticorpos no sangue mesmo após a fase aguda da infecção, estará disponível para investigação de todos os casos suspeitos. Essa estratégia de confirmação laboratorial já é adotada por São Paulo para suspeitas de dengue. Os kits para a realização dos testes de sorologia deverão chegar ainda neste mês e serão usados a partir do próximo ano.
Além disso, o exame será implantado para o pré-natal de gestantes no SUS (Sistema Único de Saúde), mediante adesão dos municípios e por meio da criação de um protocolo estadual. Se o teste der positivo para zika, serão oferecidos exames morfológicos e acompanhamento, além de amparo emocional após o nascimento dos bebês, caso haja alguma má-formação. A sorologia para identificação do zika também deverá ser aplicada em bancos de sangue e centros de transplantes de órgãos em todo o Estado, a partir de 2016.
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