Da Redação – De 7 a 29 de novembro, e integrando a programação da segunda edição do projeto Sankofa – Memórias de Mão Dupla, o Sesc Vila Mariana oferecerá os espetáculos de dança “Yebo”, com o Gumboot Dance Brasil e “Diálogos Ancestrais”, com a Trupe Benkady. Além das apresentações, também acontecerá um workshop de Gumboot Dance (dia 27), a “Vivência de Dança Africana”, no dia 15 e o encontro “Macumba Jam”, com a Cia. Treme Terra, no dia 29. As atividades são gratuitas e abertas ao público.
O Projeto Sankofa – Memórias de Mão Dupla chega à sua segunda edição com atividades dedicadas à revitalização e revalorização das contribuições do continente africano para a cultura brasileira e para o universo da cultura negra diaspórica, a partir da ideia de memórias de mão dupla. O próprio nome do projeto já enuncia suas intenções, ao utilizar um termo que remete a um ideograma adinkra, da arte tradicional do povo Akan do Golfo da Guiné: Sankofa associa-se às ideias de retornar ao passado para resgatar algo. Na simbologia do ideograma, encontramos os três períodos temporais: olhamos para o passado para entender o presente e construir um novo futuro, um futuro diferente.
No dia 7 de novembro, o Grupo Gumboot Dance Brasil apresenta o espetáculo “Yebo”, às 17h. Gumboot dance, ou dança de botas de borracha, é uma forma de dança popular que foi criada pelos trabalhadores no século XIX nas minas de ouro e de carvão da África do Sul. O espetáculo aborda a exploração tanto das minas como dos sete povos levados para extração do minério. Além do espetáculo, que será reapresentado no dia 19/12, o grupo promove um workshop em que apresentará as técnicas do Gumboot Dance aos interessados, no dia 27, às 19h.
A Trupe Benkady traz sua participação, com o espetáculo “Diálogos Ancestrais”, em que propõe uma conversa entre os ritmos e movimentos tradicionais da cultura Mandingue, no dia 14, às 17h30. Com dança e música tradicional, o espetáculo traça, sob a ótica deste povo do oeste africano, um cenário das situações sociais mandingues, dentre as quais algumas podem ser relacionadas com a situação atual brasileira.
A cultura Mandingue será o tema de outra atividade, no mesmo dia: a “Vivência de Dança Africana”, com Flávia Mazal, às 15h. Na atividade, serão feitas releituras dos balés da Guiné em pequenas coreografias dos inúmeros ritmos que compõem esta rica e milenar cultura do oeste africano. No final do mês (29/11), é a vez do encontro “Macumba Jam”, com a Cia. Treme Terra; a atividade é aberta a capoeiristas, músicos, dançarinos, batuqueiros e brincantes e promete criar um espaço aberto de experimentações e improvisações.
Além de dança, o Projeto Sankofa – Memórias de Mão Dupla contempla também as artes visuais, cinema, música, atividade física e contação de histórias, com espetáculos, oficinas, vivências, cursos, e exibição de curtas e longas-metragens, bate-papos, mediações e outras ações, em diversos espaços. Com o olhar voltado para o Dia da Consciência Negra (20/11), as atividades estimulam a reflexão sobre o histórico de violência contra os africanos escravizados no Brasil e também buscam incentivar obras simbólicas do legado cultural dos negros e afrodescendentes.
A programação do Projeto Sankofa – Memórias de Mão Dupla terá prosseguimento nos próximos meses.
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