Seminário sobre meio ambiente e mobilidade tem mais de 160 pessoas

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Da Redação – O Semasa, com patrocínio da Caixa e Governo Federal, promoveu ontem, 21 de junho, o Seminário “A Cidade Ideal e a Cidade Real: Meio Ambiente e Mobilidade Urbana”. A atividade foi parte das comemorações do Mês do Meio Ambiente de Santo André e teve como objetivo o debate de alternativas que contribuam para a solução dos problemas relacionados à mobilidade urbana e à saúde ambiental nas grandes cidades. Mais de 160 pessoas participaram do evento.

A primeira mesa teve como tema “Ferramentas da política pública e os desafios regionais” e foi composta pela coordenadora de Programas e Projetos do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Sandra Malvese, pela secretária do Núcleo de Planejamento e Gestão do Trânsito de Santo André, Teresa Reis, e o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Júnior., que está sendo elaborado pelo Consórcio para qualificar e integrar os modais de transporte da região. Teresa Reis apresentou em seguida o Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Santo André, que tem como principais objetivos priorizar a circulação do transporte coletivo na cidade, melhorar o sistema viário, permitir a conexão e a continuidade dos corredores, entre outros. Na sequência, Sebastião Ney Vaz Júnior tratou sobre o grande crescimento das cidades, o surgimento de metrópoles e como a questão da mobilidade urbana tornou-se um desafio.

Na segunda mesa do dia, os palestrantes abordaram o tema “Modais alternativos e o reflexo no meio ambiente e saúde: mobilidade limpa e sustentável”. Participaram do debate o pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental e do Núcleo de Estudos de Epidemiologia Ambiental da Faculdade de Medicina da USP, Luiz Alberto Amador Pereira, a gerente comercial da Eletra Industrial, Iêda Maria Alves Oliveira, e o professor de Mobilidade Urbana do Curso de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC (UFABC), Humberto Paiva Júnior.

Luiz Alberto Amador Pereira expôs dados sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde humana e da relação entre poluição atmosférica e qualidade de vida do ponto de vista fisiopatológico. Iêda Maria Alves Oliveira Oliveira falou sobre os ônibus elétricos e híbridos do ABC – projetos modernos e adaptados à realidade urbana-ambiental. Por último, Humberto Paiva Júnior destacou o conflito entre sustentabilidade e economia, bem como as mudanças necessárias no cenário atual para progredir de maneira sustentável.

Na parte da tarde, a terceira e última mesa do dia debateu “Planejamento: urbano e ambiental – indissociável” e teve a participação de Fernando Felippe Viegas, coordenador de pós-graduação lato-sensu da associação Escola da Cidade, Jeroen Johannenes Klink e Francisco de Assis Comarú, respectivamente, coordenador de mestrado e orientador de mestrado e doutorado do Programa Planejamento e Gestão de Território da UFABC.

Fernando Felippe Viegas apresentou um projeto de revitalização desenvolvido para a região do Parque Dom Pedro II, na cidade de São Paulo. O espaço, que antigamente era, de fato, um parque, perdeu-se para a urbanização acelerada e desconectada da cidade. Felipe deu exemplos de como esses processos, na região metropolitana de São Paulo, nunca priorizaram a questão sustentável, isolando e comprometendo áreas vedes e rios. Jeroen Johannenes Klink discutiu a metrópole, ocupação territorial e as estratégias de desenvolvimento sustentável. Francisco de Assis Comarú falou sobre a desigualdade como vetor de problemas ambientais e urbanos e de como essas questões ameaçam, cada vez mais, a saúde e civilidade humana.

O evento também contou com a participação do artista plástico Guilherme Augusto “Gafi”, convidado pelo Semasa, que finalizou, no saguão do anfiteatro, um painel de sua série Agentes Concretos. Nela, Gafi faz aquarelas a partir de imagens de trabalhadores urbanos (operários, garis, coletores), nas quais os modelos aparecem com suas roupas em movimento, mas dentro delas eles próprios se mantêm invisíveis. A obra é uma crítica ao tratamento que parte da sociedade costuma reservar a esses trabalhadores importantes para a manutenção da cidade e está exposta no corredor de entrada da sede do Semasa.

 

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