O horizonte é cada vez mais nebuloso para a Petrobrás e a fila de problemas parece não ter fim. Ao passo que movimenta esforços em prol da redução de custos, a empresa enfrenta ações em diversas frentes e a perspectiva é de perdas ainda maiores. Em cobrança emitida nesta quarta-feira (30), a Secretaria do Meio Ambiente de São Gonçalo multou a estatal em cerca de R$ 170 milhões por crime de infração ambiental na construção de uma estrada ligando o porto de Itaoca ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O projeto, criado com o objetivo de transportar equipamentos pesados e cargas especiais (UHOS) para a unidade, teria um sistema de drenagem falho, o que estaria dificultando o escoamento de água e intensificando o problema de enchentes na região.
A companhia afirma ainda não ter recebido notificação da multa, mas poderá recorrer da decisão nos próximos dias. De acordo com o secretário de Meio Ambiente do município, Ricardo Harduim, a prefeitura vinha buscando diálogo com a companhia ao longo dos últimos meses, inclusive por meio de inquérito civil junto ao Ministério Público Estadual, mas nada foi feito. As conversas também incluíram o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que autorizou a realização das obras.
De acordo com a prefeitura, a estrada estaria funcionando como um dique de contenção no Rio Alcântara. “Essa estrada tem um sistema de drenagem absolutamente ineficiente, ela enforcou alguns rios estratégicos da região e isso ficou flagrante após as chuvas recentes”, afirmou Harduim. Segundo ele, mesmo as chuvas menos intensas já haviam causado alagamento em áreas de São Gonçalo que antes nunca ficaram alagadas. “Nós sabíamos que em uma chuva mais forte aconteceria algo dessa forma. Como nada foi feito, tomamos a decisão e dentro da lei municipal estamos multando a Petrobrás.”
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