Seminário discute papel de governos locais no Cidades Educadoras

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Da Redação – A definição de uma política educativa local é o primeiro passo para os municípios se transformarem em espaços educadores, por meio de um trabalho conjunto entre os agentes locais e a comunidade. A temática foi debatida nesta quinta-feira (10), durante o Seminário “Cidades Educadoras: Espaços de Convívio, Fontes de Educação”, realizado no Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

Fundada em 1994, a Associação Internacional de Cidades Educadoras conta com 484 municípios, de 37 países, com o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida dos habitantes por meio de ações educativas que extrapolem os limites das escolas e cheguem a outros espaços públicos, explicou Laura Alfonso, diretora da delegação para a América Latina da organização. “As cidades se convertem em educadoras quando se conscientizam de seu potencial educador e o desenvolvem. A educação deve ser um eixo do projeto político, compartilhado com a sociedade civil”, afirmou a diretora.

O coordenador da rede portuguesa de Cidades Educadoras, Paulo Alexandre Miranda Louro, ressaltou que uma cidade educadora só se constrói com o compromisso de todas as partes envolvidas, especialmente os governos locais. “A cidade é educadora e educável, por isso ela precisa transmitir como valores a memória, a identidade e o pertencimento”, disse.

Desde 2014, Santo André exerce a função de município coordenador da Rede Cidades Educadoras no Brasil. A secretária de Educação do município, Dinah Zekcer, defendeu a continuidade e ampliação do trabalho realizado pela associação em benefício da população. “O objetivo é promover um futuro melhor para o nosso país, com maior cidadania”.

Representando a Prefeitura de São Paulo, o vice-presidente da Cohab, Ricardo Montoro, apontou a educação como o melhor caminho para superar os maiores problemas nacionais. “Vejo a educação como a mola mestra para a resolução de grandes desafios que enfrentamos, em especial a formação das novas gerações”, disse.

O secretário executivo do Consórcio, Fabio Palacio, ressaltou que, além da união dos municípios do ABC favorecer a busca de soluções para demandas comuns, a atuação conjunta com a capital paulista potencializa o trabalho da entidade regional. “A integração do Grande ABC com a Prefeitura de São Paulo já está ocorrendo em diversas áreas. Na Educação, graças à troca de experiências, também vamos avançar”.

O evento foi organizado pela Secretaria Municipal de Educação de Santo André, idealizadora do encontro, em conjunto com o Grupo de Trabalho (GT) Educação do Consórcio. Segundo Palacio, a realização do seminário na sede do Consórcio permitiu transmitir aos outros municípios da região a importância do trabalho desenvolvido pelo Cidade Educadoras. A partir do próximo ano, Vitória (ES) passará a ser a sede da Coordenação Nacional do Cidades Educadoras. A capital capixaba também receberá a próxima edição do encontro, agendada para 2018.

Experiências – O seminário também contou com a apresentação de experiências de municípios brasileiros e portugueses que integram a Associação Internacional de Cidades Educadoras. Realizado em Lisboa, o Programa BIP ZIP financia propostas para revitalização das chamadas zonas de intervenção prioritária de Lisboa. A iniciativa possibilita que organizações e comunidades decidam conjuntamente as intervenções, explicou o professor Paulo Louro.

Em Belo Horizonte (MG), o Programa Escola Integrada estende o tempo e as oportunidades de aprendizagem para crianças e adolescentes do ensino fundamental nas escolas da rede municipal. A ação conta com apoio de entidades de ensino superior, empresas, organizações sociais, grupos comunitários e pessoas físicas. “Os estudantes se apropriam dos equipamentos urbanos disponíveis, extrapolando os limites das salas de aula”, afirmou a gerente de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania, Arminda Aparecida de Oliveira.

A professora Michele Fernandez, da rede Municipal de Santo André, apresentou a Sabina Escola Parque do Conhecimento, complexo educacional criado para democratizar o acesso ao conhecimento científico, artístico, cultural e tecnológico na região. O local conta com teatro digital e um planetário, e tem programa de visitação pelas escolas de Santo André e região.

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