Público baiano vibra com show de ginástica no Campeonato Brasileiro

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Rebeca competiu nos quatro aparelhos pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos; no masculino, Caio Souza conquista quatro medalhas de ouro

Da Redação – Em simbiose com os atletas, a torcida que compareceu à Arena dos Esportes da Bahia, em Lauro de Freitas, vibrou muito com o verdadeiro show que foi o Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de Ginástica. As competições no adulto foram realizadas em dois dias, na quinta-feira (10) e neste sábado (12). Os resultados foram determinados pela soma das notas nos dois dias de apresentações.

Um dos pontos altos foi a disputa de altíssimo nível no solo feminino. Rebeca Andrade, que não exibia sua coreografia ao som de “Baile de Favela” desde os Jogos Olímpicos, brindou o público baiano e aquele que acompanhou o evento pelo YouTube com duas lindas performances, mesmo com séries simplificadas, sem a primeira passada. As apresentações tiveram excelente nível, só superado pelas exibições de Flávia Saraiva, que levou a melhor com sua belíssima coreografia, ao som de um mix com trechos de “Garota de Ipanema”, “Canta Brasil”, “Aquarela do Brasil” e “Canto das Três Raças”. Julia Soares, do CEGIN de Curitiba, ficou com o bronze.

Única a atingir a casa dos 14 pontos nas paralelas assimétricas, Rebeca Andrade, que obteve 14.967 e 14.600, levou o ouro no aparelho em que é a atual vice-campeã mundial, somando 29.567. Lorrane Oliveira (27.367) e Flávia Saraiva completaram o pódio.

Depois de abrir vantagem na quinta-feira na trave, Rebeca fez uma série um pouco mais simples, e conquistou o ouro (28.300). Flávia, finalista olímpica no Rio de Janeiro e em Tóquio, cometeu alguns erros e ficou com o bronze (27.467). Ela foi superada também por Julia Soares, que fez duas boas séries, começando pelo elemento que leva o seu nome no código da FIG, o “Soares”. A ginasta do CEGIN somou 27.967.

No salto, Rebeca e outras competidoras que eram favoritas ao pódio optaram por uma execução apenas em cada dia, para contribuírem para a competição por equipes e pontuarem no individual geral. O pódio foi formado por Christal Bezerra, do Pinheiros (25.916), Larissa Oliveira, do Flamengo (25.549) e Beatriz Lima, também do Pinheiros (25.466). 

Como era de se esperar, Rebeca, vice-campeã olímpica no individual geral, levou a melhor nessa disputa no Brasileiro, somando 114.834. Flávia conquistou a prata (110.566), seguida por Júlia (106.234).

Na competição por equipes, o Flamengo, formado por Rebeca, Flavia, Lorrane, Luisa Maia, Hellen Vitória e Larissa Oliveira, obteve o ouro somando 331.500. Em segundo lugar ficou o CEGIN com Julia, Carolyne Pedro, Josiany Silva, Laura Kreusch, Giovana Martins e Alana Oliveira (308.699). O bronze ficou com o Pinheiros (305.434). A equipe paulista competiu com Christal, Gabriela Barbosa, Beatriz Lima, Thais Fidelis, Luiza Oliveira e Sophia Fernandes. 

Rebeca expressou muito contentamento por voltar a competir no individual geral. “Estou muito feliz por ter voltado a disputar os quatro aparelhos. O individual geral é muito importante pra mim. Acho que é onde tenho mais chances de conseguir medalhas, então estou muito orgulhosa de mim e da equipe toda do Flamengo. A gente fez uma competição muito bonita nos dois dias. Estou animada com essas competições. Estar aqui no Brasileiro, com o público gritando enlouquecidamente, é muito bom. Arrepia mesmo”. 

Para as próximas competições (Copa do Mundo de Paris, Sul-Americano e Mundial), Rebeca espera continuar em ótima forma. “Só espero poder mostrar tudo o que treinei para as pessoas se sentirem orgulhosas”.

Flávia falou sobre o próximo desafio, a etapa de Paris da Copa do Mundo, no final de setembro. “Gosto muito de Copa do Mundo. Ainda não sei quais aparelhos vou fazer lá. Meus treinadores vão decidir, disse a “Gigante”, como é apelidada no mundo da ginástica. “Acho que Paris já vai estar em clima de Olimpíada, e vai ser muito bom competir lá”.

Masculino. Com exibições muito sólidas e consistentes nos dois dias, Arthur Zanetti (SERC/São Caetano) dominou as argolas, obtendo as notas mais altas nos dois dias de competição. O campeão olímpico em 2012 e vice em 2016 somou 29.550.

Caio Souza (Minas Tênis Clube), que continua em evolução no aparelho, foi o único outro atleta, além de Zanetti, a obter notas superiores a 14, e somou 28.800. O versátil Diogo Soares (Flamengo) completou o pódio (27.000).

A barra fixa foi objeto de um duelo de altíssimo nível. Caio (29.250) conseguiu levar a melhor sobre Arthur Nory, campeão mundial no aparelho em 2019, nos dois dias de disputa. O atleta do Pinheiros somou 28.800. Diogo, bastante consistente em vários aparelhos, levou outro bronze (28.150).

No solo, o jovem Yuri Guimarães (SERC), mostrou mais regularidade e, com pouquíssimos erros nos dois dias de disputa, conquistou o ouro, ao somar 28.500. A disputa foi emocionante com Bernardo Actos (Minas Tênis Clube), que foi superado por apenas um décimo (28.400). Nory, bronze nesse aparelho nos Jogos Olímpicos do Rio, repetiu o resultado no Brasileiro (28.200).

O cavalo com alças reservou fortes emoções. Vinicius Blackman (Setor Leste-DF), foi o melhor no primeiro dia, mas sofreu uma queda na manhã de sábado, e ficou fora do pódio. A consistência de Johnny Oshiro, do SERC, foi recompensada (27.400). O polivalente Diogo Soares foi vice-campeão (27.000), seguido por Gabriel Barbosa (26.450), do Minas Tênis.

Yuri brilhou também no salto. O atleta do SERC/São Caetano somou 28.975 e conseguiu superar Caio (28.850), que já foi finalista desse aparelho no Mundial de Doha, em 2018. Kayke Santos, do Centro Olímpico, conseguiu o bronze (27.300).

Nas paralelas, Caio também brilhou (29.500) e conseguiu o ouro. Nory, que fez um Campeonato Brasileiro muito bom, obteve 28.350 e a prata. Diogo deu mais uma prova de grande consistência nesse aparelho e conseguiu a nota 27.800, conquistando o bronze.

No individual geral, Caio também conquistou o ouro (169.550), seguido por Diogo (166.050) e Yuri Guimarães, do Pinheiros (162.700).

Na competição por equipes, o Minas Tênis Clube conquistou o título, e fez grande festa no ginásio. A equipe de Belo Horizonte, formada por Caio, Lucas Bittencourt, Gustavo Pereira, Gabriel Barbosa, Rankiel Neves e Bernardo Actos somou 495.500 pontos. A disputa foi muito apertada com o Pinheiros, que conseguiu 488.350 pontos, com Arthur Nory, Patrick Correa, Francisco Barretto, João Perdigão, Diogo Paes e Leonardo Souza. O bronze ficou com o SERC, que fez 487.450 pontos com Yuri, Murilo Pontedura, Zanetti, Felipe Bono, Tomás Florêncio, Zanetti e Johnny.

Caio falou sobre a importância da conquista. “O Minas está de parabéns. O que fizemos foi muito bom. Nossa nota de equipe melhorou em relação ao primeiro dia. Valeu todo o esforço”.

Quanto ao seu desempenho individual, o atleta de Volta Redonda também se disse realizado. “Estou muito satisfeito. É a primeira vez em que somo 84 pontos nos dois dias. Infelizmente, de novo sofri a queda no cavalo. Isso é fatalidade, acontece. A gente tem que estar preparado para tudo. Estou muito feliz com minha competição e com o título da equipe”.

Zanetti também se disse muito satisfeito com a performance de sua equipe, o SERC/São Caetano. “São Caetano já tinha competido bem na quinta-feira, mas hoje a gente conseguiu alcançar um objetivo a mais, que era melhorar na competição. Cada um buscou resultados individuais. Eu busquei melhorar um pouco nas argolas e melhorar solo e salto, porque na quinta-feira não foi tão bom. Gostei das argolas. O salto achei perfeito, porque eu não vinha acertando bem. No solo melhorei minha nota, mas ainda assim não gostei. Acho que ainda dá para melhorar um pouquinho. Tem algumas chegadas em que estou perdendo uns três décimos. Agora é voltar a treinar para acertar isso pras próximas competições”.  

RESULTADOS

INDIVIDUAL GERAL FEMININO

1º) Rebeca Andrade (Flamengo) 114.834

2º) Flávia Saraiva (Flamengo) 110.566

3º) Julia Soares (CEGIN) 106.234

SOLO

1º) Flávia Saraiva (Flamengo) – 28.033

2º) Rebeca Andrade (Flamengo) – 27.800

3º) Julia Soares (CEGIN) – 27.567

TRAVE

1º) Rebeca Andrade (Flamengo) – 28.300

2º) Julia Soares (CEGIN) – 27.967

3º) Flávia Saraiva (Flamengo) – 27.467

PARALELAS ASSIMÉTRICAS

1º) Rebeca Andrade (Flamengo) – 29.567

2º) Lorrane Oliveira (Flamengo) – 27.367

3º) Flávia Saraiva (Flamengo) – 27.000

SALTO

1º) Christal Bezerra (Pinheiros) – 29.516

2º) Larissa Oliveira (Flamengo) – 25.549

3º) Beatriz Lima (Pinheiros) – 25.466

EQUIPES – FEMININO

1º) Flamengo – 331.500

2º) CEGIN– 308.699

3º) Pinheiros – 305.434

INDIVIDUAL GERAL MASCULINO 

1º) Caio Souza – Minas -169.550

2º) Diogo Soares – Flamengo – 166.050

3º) Yuri Guimarães – SERC – 162.700

CAVALO COM ALÇAS

1º) Johnny Oshiro – SERC – 27.400

2º) Diogo Soares – Flamengo – 27.000

3º) Gabriel Barbosa – Minas – 26.450

PARALELAS

1º) Caio Souza – Minas – 29.500

2º) Arthur Nory – Pinheiros – 28.350

3º) Diogo Soares – Flamengo – 27.800

BARRA FIXA 

1º) Caio Souza – Minas – 29.250

2º) Arthur Nory – Pinheiros – 28.800

3º) Diogo Soares – Flamengo – 28.150

ARGOLAS 

1º) Arthur Zanetti – SERC – 29.550

2º) Caio Souza – Minas – 28.800

3º) Diogo Soares – Flamengo – 27.000

SOLO 

1º) Yuri Guimarães – SERC – 28.500

2º) Bernardo Actos – Minas – 28.400

3º) Arthur Nory – Pinheiros – 28.200

SALTO 

1º) Yuri Guimarães – SERC – 28.975

2º) Caio Souza – Minas – 28.850

3º) Kayke Santos – Centro Olímpico – 27.300

EQUIPES – MASCULINO 

1º) Minas Tênis Clube – 495.500

2º) Pinheiros – 488.350

3º) SERC – 487.450

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