Sem a maior artilheira olímpica, futebol vai atrás da vaga na semifinal

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20160810102823_0* Wilson Moço – São tantas disputas emocionantes e acirradas, nas mais variadas modalidades, ao longo do dia e em parte da noite nestes Jogos Olímpicos Rio 2016 que fica até difícil escolher um tema para a nossa coluna diária. Sem contar que falar de uma vitória ou bom desempenho de determinado atleta ou equipe no dia pode queimar minha língua no dia seguinte, quando a coluna é publicada.

Afinal, tudo muda e quem foi bem hoje poderá se sair mal amanhã. É tudo muito rápido, e não são raras as vezes em que o imponderável também aparece nas arenas, nos campos, nas águas, nas praias e onde mais estiver rolando as disputas. Ou será que alguém em sã consciência poderia imaginar que a poderosa seleção masculina da Argentina, bicampeã olímpica, diria adeus à Rio 2016 ao empatar com Honduras, país sem a menor tradição no futebol.

E por falar em futebol, a seleção feminina do Brasil entra em campo nesta sexta-feira, a partir das 22h, no Mineirão, em partida contra a Austrália que vale vaga na semifinal. E, mais do que a classificação, a vitória garante ao time comandado pela meia-atacante Marta a chance de disputar no mínimo a medalha de bronze.

As chances de avançar de fase existem, sobretudo se repetir o bom futebol dos dois primeiros jogos (…), desempenho que a equipe não repetiu no empate sem gols contra a África do Sul, quando o técnico Vadão achou por bem poupar várias titulares, inclusive Marta, que só entrou no segundo tempo. Na partida desta noite, com a volta das titulares, a expectativa é de que o Brasil volte a se impor, tanto pelo futebol quanto pela força da torcida. Menos mal que a partida será em Belo Horizonte e não em Brasília, onde os meninos foram tão mal que deixaram o campo sob sonora vaia.

Além de enfrentar um adversário complicado na noite desta sexta-feira, o Brasil estará desfalcado da atacante Cristiane, nada menos do que a recordista em número de gols do futebol em Olimpíada, incluindo os homens – ela já era a maior goleadora entre as mulheres. Na Rio 2016, Cristiane chegou a 14 gols em 15 jogos disputados em quatro edições dos Jogos. O artilheiro entre os homens era do dinamarquês Sophus Nielsen, autor de 13 em 1908 e 1912.

Recomeço – Mas se os meninos foram mal em Brasília e maltrataram a bola e a paciência dos torcedores, se redimiram em Salvador, na noite de quarta-feira, quando golearam a Dinamarca por 4 a 0 e se classificaram em primeiro lugar do grupo. Um resultado até certo ponto inesperado, a se julgar pelo péssimo futebol apresentado nos dois primeiros jogos, em dois empates em 0 a 0, contra Iraque e África do Sul.

Foi de fato uma grata surpresa o bom futebol exibido pelo time comandado por Neymar, que desta vez deixou as firulas e o jogo individual de lado para apostar no coletivo. Aliás, foi justamente o sentido de jogar coletivamente que mudou o comportamento do Brasil em campo. O conjunto, a humildade, a solidariedade e a seriedade também fizeram a diferença em favor dos brasileiros.

Eles sabiam que um empate ou derrota significaria a vexatória desclassificação logo na primeira fase, e que o nome deles ficaria gravado na história da Olimpíada como o pior desempenho do futebol tupiniquim. E o que é pior, na própria casa. O time teve, enfim, a atitude que dele se espera.

Atitude que deverá estar em campo também na noite deste sábado (13), quando enfrenta a Colômbia.

Frase:

Não sei como agradecer. Foi o tipo de atmosfera que experimentei poucas vezes em minha carreira. Geralmente isso acontecia quando estava em meu país. Aqui no Rio parecia mesmo que eu era brasileiro!

Novak Djokovic, tenista sérvio, ao falar sobre o apoio da torcida brasileira na sua partida de estreia, quando perdeu do argentino Juan Martin del Potro e deu adeus à Rio 2016


JOGO RÁPIDO

OLIMPÍADA COM TORCIDA DIFERENTE

  • As arquibancadas são um caso à parte nestes Jogos Olímpicos do Rio, bem diferentes do que acontece quando a competição é realizada em outros países. Isso porque o barulho, as músicas e as provocações saíram do seu espaço tradicional, os estádios de futebol, e chegaram às disputas da Rio 2016. A energia e o repertório dos torcedores contagiam os donos da casa, mas muitas vezes também os adversários. Os estrangeiros abraçados pelos brasileiros se surpreenderam. Nas piscinas, o apoio ao astro norte-americano Michel Phelps, recordista em medalhas na história dos Jogos, foi impressionante. E ele sentiu: “Quando faltavam 25 metros pro término, comecei a ouvir os gritos e cheguei a pensar que tinha brasileiro na água. Quando acabou e vi que era por causa do meu recorde, fiquei muito feliz”, disse. E acrescentou: “Senti meu coração sair pela boca.”

DOPING

  • O Ministério do Esporte da Bulgária emitiu nesta sexta-feira um comunicado acusando a atleta Silvia Danekova, inscrita na prova de 3.000m com obstáculos, de destruir a imagem do país após ter dado positivo para Eritropoietina (EPO) em um controle de doping nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “É inaceitável que destrua deste modo a imagem da Bulgária e coloque uma mancha sobre todo o esporte búlgaro”, destaca o comunicado oficial.

TETRACAMPEÃO OLÍMPICO…

  • O nadador norte-americano Michael Phelps é mesmo um mito, e provou isso na Rio 2016. Phelps venceu os 200m medley nesta quinta-feira (11) e se tornou o primeiro nadador a ser tetracampeão olímpico na mesma prova individual. O fenômeno é até o momento o único na natação a repetir uma medalha de ouro de Londres-2012. Apesar de inédito na natação, o tetracampeonato não é único na história dos Jogos Olímpicos. Phelps se junta agora a um seleto grupo de esportistas com quatro vitórias em uma mesma prova individual: Al Oerter (lançamento do disco), Carl Lewis (salto em distância), ambos dos Estados Unidos; Paul Elvstrom (vela), da Dinamarca, e Ben Ainslie (vela), do Reino Unido.

…E RECORDISTA DE MEDALHAS

  • Em um dia de recordes, Phelps ainda quebrou mais um: se tornou o atleta com mais medalhas individuais da história olímpica. Nesse quesito, ele ultrapassou a ex-ginasta ucraniana Larisa Latynina, que detém 14 pódios – o nadador, agora, tem 15.

FAZENDO HISTÓRIA

  • A delegação brasileira de Canoagem Velocidade composta por oito atletas compete a partir da próxima segunda-feira (15), no Rio de Janeiro, em busca da inédita e sonhada medalha olímpica para a Canoagem Brasileira. As provas de Canoagem Velocidade acontecerão de 15 a 20 de agosto na Lagoa Rodrigo de Freitas e contará com os canoístas Isaquias Queiroz, Erlon Souza, Edson da Silva, Celso Oliveira, Roberto Maehler, Vagner Souta, Gilvan Ribeiro e Ana Paula Vergutz.

NEGRA, E DOURADA

  • A americana Simone Manuel quebrou o recorde olímpico dos 100 metros livre feminino e empatou na final da prova com a canadense Penny Oleksiak na primeira posição, mas o ouro tem significado especial para a representante dos Estados Unidos: Simone foi a primeira nadadora negra a ser campeã olímpica em uma prova individual.

 

24540_119355818076389_6557068_n* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC nas funções de repórter e editor-assistente de Esportes, de Política e de Setecidades, além de redator da Primeira Página; Gazeta Esportiva, como chefe de reportagem e editor-assistente; Bom Dia ABCD, como editor; ABC Repórter, como editor; e Revista Livre Mercado, como editor-executivo, além de atuar na Secretaria de Comunicação das Prefeituras de Santo André e São Bernardo. Contatos com o autor e colunista pelo e-mail wilsonmoco53@gmail.com

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