Texto: Aline Melo – Fotos: Igor Andrade (PMD)
Iniciativa fomenta a leitura entre estudantes, desde a educação infantil até a EJA, e contará com formações realizadas em uma série de 26 encontros iniciais; 80 mil livros foram comprados e serão enviados às escolas
Da Redação – A Secretaria de Educação de Diadema realizou na noite da última quarta-feira (11) formação pedagógica no âmbito do programa Leiturando, iniciativa que visa incentivar a leitura entre todos os estudantes da rede, da educação infantil até a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O primeiro encontro, de uma série de 26 – dois virtuais, quatro com coordenadores e um em cada uma das 18 escolas de ensino fundamental – contou com a participação das formadoras Alfredina Nery, Ana Maria Firmino, Luzia Paganini e Sandra Regina da Silva. As educadoras apresentaram uma amostra do acervo que será enviado às escolas com uma provocação aos docentes: formação de leitores, o que nós temos a ver com isso?
O prefeito José de Filippi Júnior fez uma fala de abertura e destacou que os professores são os agentes públicos decisivos para a construção de uma cidade melhor. “Estamos há pouco mais de um ano e meio no governo e tenho muito orgulho daquilo que construímos”, pontuou. Filippi afirmou que a construção do Quarteirão da Educação, que começa nos próximos dias no bairro Promissão, vai estabelecer um novo paradigma com relação aos equipamentos educacionais. “Prédios com qualidade, que possam também envolver a comunidade, que tenha educação, mas também espaço para o lazer, a cultura, o esporte, o convívio.”
A secretária de Educação, Ana Lúcia Sanches, fez um balanço das ações da pasta desde o início da gestão e afirmou que a equipe vem em uma construção coletiva, acertando e errando, aprendendo a fazer juntos, sempre com propósito, objetivo, e uma proposta pedagógica que combina o educar e o cuidar, no entendimento do que é currículo, o espaço escolar e o trabalho pedagógico. “Enxergar quem são as crianças e lidar com o todo de uma rede inteira, em cada escola, cada sala e cada estudante e nessa dimensão de todo e parte é que a gente assegura o direito à educação, o direito à proteção integral e tudo isso a gente faz junto, com propostas pedagógicas e projetos políticos pedagógicos”, completou.
Alfredina Nery iniciou a apresentação falando de como a formação de leitores passa pela concepção de mundo de quem os está ajudando a se formar. Apresentou dois poemas com o mesmo título e sobre a mesma temática – A Casa, da obra de Olavo Bilac e da obra de Vinícius de Moraes – e apontou como em um, o eu poético (de Bilac) é o adulto passando seu conhecimento de mundo para a criança, em um universo idealizado; já o poema de Vinícius de Moraes, traz toda a construção de mundo da criança, do universo infantil, em uma outra concepção a ser apresentada.
“É nessa perspectiva que vamos tratar o Leiturando, para que a gente possa olhar o processo de formação de leitores como múltiplo, diverso, com questões complexas e que não há mais lugar para idealizações”, apontou Alfredina. “Podemos ter um ideal como horizonte, perspectiva, mas que precisa ser problematizado. Não basta dizer que Ivo viu a uva, mas de onde saiu essa uva? Saber como se dão as coisas no mundo real, ainda que na perspectiva das crianças, que é de muita imaginação”, completou.
Luzia destacou como os livros para o 1º e 2º ano se destacam pelas ilustrações, ricas, coloridas e chamativas, bem como as diagramações, com formatos inovadores, recortes, páginas tridimensionais, que se relacionam com os textos. “É uma relação dialógica entre textos e imagens, onde os dois se conversam”, explicou. A docente afirmou também que o adulto é o responsável por iniciar as crianças no mundo da leitura, seja ele a mãe, pai, responsável ou professor. “Esse triângulo amoroso criança/livro/adulto deve começar cedo”, citou.
Sandra mostrou como o acervo de 80 mil livros que foi adquirido pela Secretaria de Educação, escolhidos por uma equipe de professores, aborda temáticas variadas e com ampla possibilidade de trabalhos pedagógicos, com títulos sobre diversidade cultural, preservação ambiental, temas raciais e diversidade étnica, temas humanos e questões reflexivas diversas. “Temos livros que se conversam, que abordam os mesmos temas, mas com roupagens, abordagens, personagens diferentes”. Os exemplares estão sendo separados para serem enviados às escolas nas próximas semanas.
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