Da Redação – A Secretaria de Saúde de São Bernardo prorrogou até o dia 26 de novembro a segunda etapa da Campanha de Vacinação contra o HPV para meninas com idades entre 9 e 11 anos. Em quase dois meses, a adesão foi abaixo do esperado, com apenas metade da meta de imunização alcançada. A vacina protege contra os tipos 16 e 18 do papilomavírus humano, que causa cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero, e também contra os tipos 7 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais.
Desde o dia 8 de setembro, 7.406 meninas foram imunizadas pela segunda vez, o que corresponde a 44,1% do total de garotas com idades entre 9 e 11 anos (16.806). A meta é atingir 80% do público-alvo, o que corresponde a 13.445 pessoas.
Até o fim de novembro, a secretaria mantém a estratégia de ofertar as doses contra o HPV nas escolas públicas e particulares que ainda não receberam as equipes de saúde. Não há necessidade de autorização ou acompanhamento dos pais durante a aplicação da vacina, mas os responsáveis devem assinar um termo de recusa, caso não autorizem o procedimento.
Além disso, os agentes comunitários de saúde, durante as visitas domiciliares, continuam o trabalho de conscientização a respeito da importância da vacina, identificando as meninas que devem ser imunizadas e orientando o comparecimento a uma das 34 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade.
A menor adesão foi registrada entre as garotas de 9 anos: 1.397 doses foram aplicadas, o que representa 26,06% do total de meninas com essa idade. Para a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica de São Bernardo, Cândida Alves, muitos pais ainda acreditam, erroneamente, que a imunização incentiva o início precoce da vida sexual de suas filhas. “Estudos mostram que a vacina tem maior eficácia se for administrada em adolescentes que ainda não foram expostas ao vírus, pois, nessa idade, há maior produção de anticorpos contra o HPV que estão incluídos na vacina. Por isso é fundamental que sejam vacinadas cedo”, alerta.
Outro ponto que precisa ser esclarecido são os supostos efeitos colaterais da imunização. A vacina é muito segura e tem o aval da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os desmaios, que nós chamamos de síncope, estão relacionados à ansiedade ou ao medo da aplicação. O importante é que, depois, todas ficam bem. Para que seja minimizado o risco de isso acontecer, orientamos que a menina aguarde sentada por 10 minutos após a vacinação”, explica.
A vacina contra o HPV deve ser tomada três vezes. A segunda dose é aplicada seis meses após a primeira. Em março, a primeira etapa da campanha em São Bernardo teve a adesão de 67,93% das garotas de 9 a 11 anos. A última e terceira dose deve ser aplicada 5 anos após a segunda, ou seja, em 2020. A secretaria recomenda que as meninas com idades entre 9 e 13 anos que não tomaram a primeira dose procurem uma UBS para iniciar o ciclo de imunização.
O vírus HPV é altamente contagioso, sendo possível contaminar-se com uma única exposição, e a sua transmissão acontece por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pelo contato sexual, mas também pode ser transmitido de mãe para filho durante o parto. Por ano, o Brasil registra 15 mil casos de câncer de colo do útero no Brasil – é o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres -, e 5.000 mortes em decorrência da doença.
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