Texto: Gabriela Maria – Crédito-foto: Ricardo Cassin (PMSBC)
Da Redação – Calmaria, bem-estar, melhora nos índices cardíacos e respiratórios, além de diminuir o choro. Estes são as principais características da terapia, recentemente introduzida no Hospital Municipal Universitário, o HMU. O projeto “Polvo” auxilia bebês prematuros, que nasceram com menos de 36 semanas de gestação, internados na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).
Segundo a médica responsável pela Unidade de cuidados Intermediários e Canguru (UCICA), Cíntia Testa José, o simples bicho de crochê, tem o objetivo de ajudar a criança a se desenvolver e se fortalecer. “Os tentáculos do polvo, se assemelham ao cordão umbilical da mãe. Quando eles se agarram a esses bichos, acabam tendo a mesma sensação de quando estavam no útero, com isso, acabam ficando mais calmos. Esse efeito faz com que eles se desenvolvam na parte psicológica e na parte física, como no ganho de peso, por exemplo”, explicou Cíntia.
Mudança essa que Raimunda da Silva Brás, 24 anos e mãe dos gêmeos Pietro e Heitor, já conseguiu perceber. Os bebês nasceram com 34 semanas e passaram a utilizar a polvo terapia há 1 semana. “É impressionante, desde que eles ganharam os bichinhos eles mudaram, passaram a ficar mais calmos. Esse é um momento frágil e esse bichinho está ajudando e muito. O quadro de saúde dos meus filhos está evoluindo, até a respiração melhorou, é incrível”, disse Raimunda.
Já Juliana da Silva Moura, 26 anos e mãe de Lucas, que nasceu com 35 semanas, salientou que o polvo foi essencial no período em que seu filho ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.
“Ele ficou internado na UTI por 2 dias, ele estava agitado e chorava o tempo todo. Mas, depois que colocamos o bichinho seu comportamento mudou. Quando o polvo está por perto, ele está tranquilo. Além disso, a sua coordenação motora está evoluindo bastante. Não tenho palavras para agradecer pelo cuidado e preocupação que estão tendo com meu filho”, comemorou Juliana.
O método foi desenvolvido na Dinamarca em 2013, já no HMU ele foi introduzido em novembro do ano passado, durante a semana de comemoração ao bebê prematuro. Desde então, cerca de 20 recém-nascidos já foram beneficiados pelo projeto.
“Reunimos todas as mães que estavam na Casa da Gestante do hospital e apresentamos o projeto. Ganhamos doações de lãs da ONG Projeto Octo Brasil e ensinamos essas mulheres a produzirem o crochê, que seriam utilizados pelos seus próprios filhos. A aceitação e os resultados foram imediatos. Hoje, nós temos 10 bebês utilizando essa terapia”, salientou Cássia Mazzari Gonçalves, Coordenadora de Enfermagem do Cuidado Neonatal.
Todos os bichos passam por um processo de esterilização antes de ser entregue aos bebês. Esse processo de limpeza se repete ao longo da internação. Além disso, as enfermeiras ensinam as mães o processo, para o polvo continuar limpo após a alta hospitalar.
Doação – Parte das lãs utilizadas no projeto foi doada pelo Fundo Social de Solidariedade do município, presidido pela primeira-dama, Carla Morando. “É gratificante ver o quanto uma simples doação pode mudar tudo. Estamos trabalhando para oferecer uma saúde mais humanizada e preocupada com o bem-estar das pessoas e a introdução desse projeto no HMU, é a prova de que estamos no caminho certo”, comentou Carla.
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