Da Redação – Aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no dia 15 de dezembro e homologado pelo Governo Federal na quarta-feira (20), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é adotada desde o início do ano letivo pela rede municipal de ensino de São Vicente, no litoral de São Paulo. A Cidade foi a pioneira na aplicação do teor do documento desde a sua discussão.
Para colocar em prática a Base Curricular, a Seduc iniciou em janeiro um plano de ação, visando a atualização do Currículo Escolar do Município, defasado há mais de 10 anos. “Começamos uma ampla discussão com os professores, ainda na segunda versão do BNCC, já para valer no primeiro bimestre do ano letivo”, recorda a diretora de Educação Básica, Denise Barbosa.
O desafio era buscar uma adequação à nova realidade proposta para a Base Curricular em âmbito nacional. Para isso, foram montados planos de aula, encaminhados às coordenações das unidades para disponibilizar aos professores de todos os níveis escolares, até 9º ano. Mais que apresentar os conteúdos a serem aplicados pelos professores, a maior preocupação da Secretaria de Educação (Seduc) de São Vicente foi o de proporcionar uma transição equilibrada entre o programa defasado que existia até então com o documento atualizado.
Denise lembra que o currículo era desalinhado com as avaliações externas de larga escala, como Prova Brasil, ANA, Enem entre outros. “Faltava um direcionamento de um trabalho de rede; cada escola caminhava com um currículo próprio”. A partir da elaboração do documento em meio ao andamento do ano letivo, passou-se a propiciar que, por meio dos assessores pedagógicos, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I e II se “conversassem”, ocasionando uma transição mais tranquila do aluno ao passar de um nível para outro.
No segundo semestre, foram feitas reuniões diárias entre 31 de julho e 04 de outubro, apresentando aos professores participantes boas práticas executadas nos dois primeiros bimestres, para buscar propostas para os bimestres finais.
No total, foram 96 encontros de discussão com os profissionais da Educação no decorrer doe 2017, além de fornecimento de 166 materiais, 38 ações voltadas à Prova Brasil, 44 formações por parte de assessores pedagógicos durante HTPC, 72 formações junto a professores, quatro encontros de formação do Novo Mais Educação, 200 horas de formação de recreacionistas de creches (10 módulos) e encontros mensais com coordenadores pedagógicos.
“Para 2018 já temos um norte e sabemos que estamos no rumo certo. Nosso foco é sempre o aluno e o professor precisa estar plenamente formado para aplicar efetivamente as atividades e competências em sala”.
O pioneirismo da ação mereceu um olhar diferenciado de algumas editoras, que acompanharam o processo e participaram de reuniões, tendo acesso a cópias do currículo para montar os livros didáticos já na conformidade da Base Nacional a partir de 2018. A equipe da Seduc também apresentou todo o planejamento para alunos e professores de uma faculdade de Pedagogia de Itanhaém.
Já com a adequação antecipada do Currículo, para 2018, o ano letivo passa a ter três trimestres (até 2017 eram quatro bimestres). As políticas de qualidade da Educação Básica continuarão priorizando a formação de professores par a se adequar à Base Curricular, fornecimento de planos de aula por meio da plataforma digital (a exigência da BCCN é adequar o material didático até 2012) e a revisão de matrizes de avaliação, já em conformidade com o novo documento.
“Essa construção só foi possível graças ao apoio dos professores da rede, que se preocuparam com essa mudança – o que é natural. Mas todos abraçaram o compromisso de um ‘novo fazer’ em sala de aula”, destacou a secretária de Educação, Eugênia Marcondes”.
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