Crédito foto – Roberto Parizotti
Da Redação – Um passeio pelo tempo. Com a proposta de relembrar artistas, lugares e movimentos que fizeram história no Grande ABC e valorizaram as expressões artísticas e culturais, o Instituto Acqua cria espaço dedicado a homenagear aqueles que tanto encantaram e ainda encantam entusiastas. A galeria intitulada ABC das Artes será fixa na sede do Instituto, em Santo André (SP). O evento que lança o ABC das Artes e fará as homenagens a Dona Inah, Mimi Boêmio e Joca Sete Cordas acontecerá no dia 17 de março, sábado, a partir das 15h, no Espaço Acqua Cultura, na Avenida Lino Jardim, 905, Vilas Bastos.
A ação também contará com exibição inédita do filme ‘Que cantadora a vida me fez’, que mostra a trajetória da sambista Dona Inah – vencedora do Prêmio TIM da Música Brasileira, e roda de samba. A entrada é gratuita.
Clementino Raimundo, o Mimi Boêmio, nascido em Santo André em 1936, é considerado o maior seresteiro da história do Grande ABC, cantando há mais de 50 anos sambas, choros, gafieira e MPB. Ele será um dos primeiros homenageados pelo ABC das Artes e fará apresentação musical. Sua carreira tem uma trajetória extensa nas noites, chegando a se apresentar no lendário bar ‘Pedacinho do Céu’, ‘Saramandaia’, ‘Orquestra Toscano’, ‘Almoço com as estrelas’, ‘MPBar’ e, atualmente, realizando shows no ‘Boteco Adoniran’ e ‘Catedral Hall’, ambos em São Bernardo do Campo.
Idealizador da ação, Ronaldo Querodia, diretor-presidente do Instituto Acqua, demonstra carinho pela proposta de valorizar cada artista que colaborou não apenas para o crescimento da música no País, mas sobretudo fez da região do ABC Paulista um marco para demais artes. “São inúmeros artistas que representam bem nossa região. O Mimi é um dos grandes ícones, assim como Dona Inah e o próprio Joca. Personagens que encantam várias gerações. Com essa iniciativa, o Acqua quer contar a história desses artistas e, ao mesmo tempo, homenageá-los pelo lindo talento que carregam ou carregaram”, comenta.
Outra artista expoente que será homenageada na galeria ABC das Artes é Inez Francisco da Silva, a Dona Inah. Nascida em 1935, na cidade de Araras, no interior paulista, viveu em Santo André por muitos anos. Vive cercada de música desde a infância. Com menos de 20 anos, já cantava no rádio, e em tempos mais tarde, em orquestras, bailes, clubes e casas noturnas. Em 2005, após meio século de persistência, recebeu o Prêmio TIM da Música Brasileira, aos 70 anos, na categoria “Revelação”, com o disco Divino Samba Meu (2004). Andou pelo mundo, fez shows pelo Brasil, surpreendeu o Marrocos e encantou a Europa. Também ganhou o título de primeira dama do samba de São Paulo em pleno Teatro Municipal.
A galeria ABC das Artes está localizada no espaço cultural do Instituto Acqua, no interior do auditório – local onde renomados artistas já cantaram, como a Rosa Moura, viúva do saudoso Joca Sete Cordas, músico renomado no ABC Paulista que acompanhou ao longo de sua trajetória os grandes nomes da MPB. Ele também integra a abertura do ABC das Artes. O violonista de sete cordas liderou a Camerata do Choro em canções como Carioquinha, Chorando Calado e Minhas Mãos, Meu Cavaquinho, de Waldir Azevedo; Noites Cariocas e Mágoas, de Jacob do Bandolim; e Jongo, de João Pernambuco. Fez história no rádio, no disco, nos programas de auditório e nos grandes espetáculos musicais. Como memória, legou Rosa e Carlos Moura, mulher e filho.
O Acqua também é responsável por apoiar a Camerata do Choro de Santo André, liderada por Carlos Moura. O grupo realizou diversas apresentações em eventos do Instituto e mantém parceria para este ano. “Relembrar grandes símbolos do samba é sempre motivo de felicidade. Ainda mais ao lado de tantos talentos, que representam tão bem nossa cultura”, garante Rosa.
Serviço – ABC das Artes com roda de samba, neste sábado (17), a partir das 15h, na Avenida Lino Jardim, 905, Vila Bastos, Santo André (SP); Entrada gratuita.
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