Salão de Exposições do Paço recebe obras de Zhô Bertholini

Ocupação “Existencialista Ambulante” pode ser visitada a partir de segunda-feira e inaugura programação anual de artes visuais da Casa do Olhar

Texto: Val Karaliunas – Crédito-foto: Angelo Baima (PMSA)

Da Redação – As obras do andreense Zhô Bertholini e de outros artistas poderão ser visitadas a partir da próxima segunda-feira (27) no Salão de Exposições do Paço Municipal. A ocupação Existencialista Ambulante passeia entre as diferentes fases, expressões e linguagens exploradas por Bertholini e abre a programação anual de atividades organizadas pela Casa do Olhar Luiz Sacilotto.

A ocupação poderá ser visitada até 21 de março. Nela, o público terá contato com criações de Zhô em diversas técnicas e expressões, como fotomontagem, pintura, desenho, livro-objeto, arte postal, poesia, poesia visual, colagens e publicações, que retratam as inúmeras vertentes de seu processo criativo.

Vida e obra – Zhô Bertholini é disciplinado e inventivo. Estas duas qualidades fizeram sua vivência de poeta e artista gráfico serem intensas desde garoto, em 1966, quando trabalhou como aprendiz de artes gráficas numa grande editora em São Paulo.

E foi justamente com o aprendizado do ofício gráfico, que ele encontrou sua vocação entre a tipografia e equipamentos como linotipos e principalmente pelo sistema offset, onde se especializou como profissional no setor de fotolitos. Conviver com a produção de livros no dia a dia do trabalho tornou-se uma paixão que foi extremamente positiva para seu futuro.

Bertholini começou a escrever poemas nos anos 1960, reproduzidos nos formatos fanzine e lambe-lambe. A partir de 1982, passa a editar em colaboração com Jurema Barreto a revista literária “A Cigarra” e em 2003 começa a editar o fanzine “Zine Zero”.

Urbano e agregador, Zhô sempre incentivou e ainda participa de diversos movimentos e espaços culturais na cidade: Ler e Falar Poesia/Casa da Palavra Mário Quintana, Casa do Olhar Luiz Sacilotto, Revolucionarte, Artistas Cidadãos, Corredor Cultural, Projeto Canja com Canja, Alpharrabio Espaço Cultural, Cuiabá 153 e Portões que Falam, Gambalaia Espaço de Artes, entre outros.

Entre 1979 e 1980, participou da segunda e da terceira edição do Salão Jovem de Arte Contemporânea de Santo André, onde estabeleceu contatos com artistas de outras localidades e expressões, que intensificaram seu intercâmbio de Arte Postal no circuito nacional e internacional, culminando com sua participação na XVI Bienal Internacional de São Paulo de 1981.

Quarenta e um anos depois ele revisita o Salão de Exposições de Santo André e apresenta os desdobramentos das várias técnicas e linguagens exploradas em seu trabalho.

“Zhô experimenta e explora diferentes técnicas, articulando sua obra como um grande poema verbivocovisual. Por meio das artes gráficas, do design e da poesia, o artista cria diálogos entre analógico e digital, forma e conteúdo, público e privado, amor e política, entre som e fúria. A ocupação apresenta um conjunto representativo de seu trabalho e entrecruza vida e obra, revelando conceitos e ideias intercalados e sobrepostos com uma trança que vai se cruzando até se tornarem a mesma coisa”, avalia o coordenador de Artes Visuais da Secretaria de Cultura, Reinaldo Botelho.

O Salão de Exposições do Paço Municipal fica na Praça IV Centenário, Centro, e funciona de terça-feira a sábado, das 9h às 12h e das 13h às 17h.

Serviço – Ocupação Zhô Bertholini – Existencialista Ambulante, no Salão de Exposições do Paço Municipal de Santo André – Praça IV Centenário,  s/nº – Centro. Abertura: dia 25 de janeiro, a partir das 15h. Visitação: de 27 de janeiro a 21 de março, de terça-feira a sábado, as 9h às 12h e das 13h às 17h Grátis