É possível que “o, a, os, as” possam ser pronomes demonstrativos, justamente quando equivalerem a “aquilo, aquele, aquelas, isso, essa etc.”. Registrou La Bruyère:
“A vida é uma tragédia para os que sentem e uma comédia para os que pensam.”
No uso de “os” acima, percebemo-los como pronomes demonstrativos. Em outras palavras: A vida é uma tragédia para aqueles que sentem e uma comédia para aqueles que pensam.
Já como artigo definido, pode também fazer enorme diferença em um texto. Vejamos uma curiosa relação com o indefinido “todo”:
“Todo prédio será higienizado.” e “Todo o prédio será higienizado.”
Sem artigo, “todo” é tomado na acepção de “cada um, qualquer” – cada um dos prédios será higienizado.
Com artigo, significa inteiro, total – o prédio inteiro será higienizado.
NOMES PRÓPRIOS GEOGRÁFICOS
Em se tratando de nomes próprios geográficos, o artigo só aparece quando esse nome o admitir obrigatoriamente.
“Todo o Brasil manifestou contra os aumentos nas tarifas aeroportuárias.”
“Toda a Alemanha festejou o ano-novo.”
Isso ocorre porque utilizamos “O Brasil” e “A Alemanha”, mas não “O Portugal” ou “A Paris”. Assim sendo:
“Todo Portugal pediu novas ações contra o terrorismo.”
“Toda Paris se uniu diante da nova política social.”
Por fim, em vez de utilizarmos a expressão “todos dois”, usemos o numeral “ambos”.
“Há interesse na contratação de Sousa e Michel. Ambos jogam muito bem a Série A.”
* Diogo Arrais é professor de Língua Portuguesa do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) e autor gramatical pela Editora Saraiva
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