Da Redação – Durante vistoria realizada na sexta-feira (3) em restaurante na Rua Pamplona, nos Jardins, na capital, técnicos da Sabesp constataram que o estabelecimento estava furtando água, por meio de adulteração no hidrômetro. Durante a ação, realizada com o apoio de policiais civis do DEIC (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), o proprietário foi preso em flagrante e encaminhado à 3ª Delegacia de Patrimônio do departamento. O local é reincidente, com registro de irregularidade semelhante em novembro de 2005.
A suspeita de fraude, que motivou a nova inspeção, partiu de análise do histórico de consumo do imóvel, incompatível com sua atividade econômica e o porte do estabelecimento comercial. Durante contato inicial, o dono do restaurante negou o acesso dos funcionários da Sabesp ao hidrômetro, que só foi possível após a polícia ser acionada. O restaurante estava furtando cerca de 60 mil litros de água por mês, volume suficiente para abastecer aproximadamente 15 pessoas a cada 30 dias.
Flagrantes em alta – As 69 equipes caça-fraude da Sabesp estão intensificando as ações e o número de irregularidades nos primeiros quatro meses deste ano foi 41% maior, passando de 5.293, em 2015, para 7.419 nas regiões Metropolitana de São Paulo e Bragantina. Isso significa que foram feitos, em média, 61 flagrantes de furto de água por dia nesse período.
O volume de água desviado foi de 1,182 bilhão de litros, suficiente para abastecer uma cidade do porte de Poá, com 110 mil habitantes, durante um mês inteiro. A companhia cobra retroativamente a tarifa pela água furtada e pelo esgoto coletado. Além disso, o responsável pela fraude responde por crime de furto e pode pegar até oito anos de detenção. O prejuízo estimado com as fraudes no primeiro quadrimestre de 2016 foi de R$ 10,95 milhões.
Das 7.419 fraudes identificadas neste ano, 6.400 foram registradas em residências, o que representa 86% do total. Em imóveis comerciais, ocorreram 709 casos e na indústria e economia mista, 310. No entanto, as fraudes em comércios geram um desvio muito maior de água por causa do tipo de consumo. A violação de hidrômetro (63%) e as ligações clandestinas (37%) foram as principais ocorrências.
Em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, a Sabesp realiza operações conjuntas com a polícia, para casos em que o fraudador impede a fiscalização e para prender os agentes fraudadores – que vendem a adulteração para moradores, comerciantes e indústrias. Até abril, foram abertos 78 boletins de ocorrência.
A Sabesp ressalta a importância da população na identificação do crime de furto de água. Até abril foram recebidas 17.200 denúncias de casos suspeitos pelos telefones 195 ou pelo Disque-Denúncia (telefone 181), cuja chamada é gratuita e não exige a identificação de quem telefona. “A fraude prejudica toda a população. Quem comete o crime não se preocupa com o desperdício, pois acredita que não irá pagar pelo alto consumo. É comum entre fraudadores deixar torneiras abertas e não consertar vazamentos”, afirma Marcelo Fridori, superintendente de Auditoria da Sabesp.
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