Da Redação – Em entrevista exclusiva à BandNews FM, o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro diz que foi surpreendido pela demissão dele há duas semanas. Segundo ele, não houve qualquer sinal prévio de que ele seria substituído pelo então ministro da Casa Civil Aloísio Mercadante na reforma política e foi informado sobre a mudança pela imprensa.
Apesar do lema de campanha de reeleição da presidente Dilma Roussef ter sido “Brasil, a pátria educadora”, o professor de Ética da USP e filósofo acredita que a pasta ainda não é vista como prioridade, nem pelos políticos e nem pela sociedade de uma forma geral.
No programa “BandNews em Alta Frequência”, Renato Janine Ribeiro avalia que a crise econômica afetou diretamente a atuação dele à frente do Ministério da Educação e contribui para que o governo não consiga cumprir muitos dos planos da pasta. “O que deu errado foi o repasse de recursos do pré-sal. Houve um corte no orçamento da educação e faltou dinheiro. É um reflexo da crise econômica”. Falando aos apresentadores Neli Pereira e Rodrigo Orengo, o ex-ministro ainda criticou a falta de produtividade dos cargos públicos por causa da burocracia: “você trabalha à exaustão e a sensação é que não conseguiu avançar em quase nada”.
Janine Ribeiro contou que teve pouco diálogo político com a presidente ou outros ministros, mas avalia que existe uma preocupação do governo em relação a um possível impeachment. “Até hoje não vi um projeto alternativo da oposição para lidar com a crise, apesar do momento mais difícil do governo da Dilma, com baixa popularidade. Pessoalmente, não acredito que o impeachment pacifique a situação. Pelo contrário”.
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