Relatório do CDP atesta que empresas reduziram 3,8 milhões tCO2e em emissões de gases

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O CDP, organização global sem fins lucrativos, que provê o maior e mais abrangente sistema de divulgação ambiental do mundo, acaba de lançar a 3ª edição do relatório de resultados do seu programa CDP Supply Chain.

O objetivo do estudo é entender como empresas estão gerenciando riscos, explorando oportunidades e encorajando seus fornecedores a tomarem iniciativas para gestão e redução de riscos e impactos ambientais. Em 2016, 89 empresas, em nível global, engajaram suas cadeias de fornecedores por meio do CDP. As empresas-membro do CDP Supply Chain, possuem mais de U$S 2,7 trilhões em poder de compra, o que evidencia o poder do engajamento para promoção de cadeias de valor sustentáveis. Com base neste reporte, as empresas declararam que reduziram um total de 3.816.136 tCO2e as emissões de gases de efeito estufa.

“O reporte de dados ambientais tem aproximado cada vez mais as grandes empresas de seus fornecedores, o que gera mais engajamento e compromisso com as metas estabelecidas pelo Brasil no Acordo de Paris”, comenta Lauro Marins, gerente do programa CDP Supply Chain. “Os números do programa também evidenciam que as questões ambientais estão pautando as decisões das áreas de compras. E esse é um dos maiores ganhos da iniciativa”, completa.

Entre os dados do relatório, alguns números chamam atenção: 60% das empresas brasileiras identificaram, na sua atuação, riscos relacionados ao clima. Destas, apenas 19% já possuem uma abordagem específica para conter estes riscos.

Os dados também revelam que, empresas que estão reportando na plataforma do CDP pelo terceiro ano consecutivo, já possuem maior nível de desenvolvimento de iniciativas a caminho de uma economia sustentável. Essas organizações se mostram mais conscientes em relação à sustentabilidade como um fator de gestão financeira, e aumentaram em 20% o monitoramento na emissão de gases, além de já notarem reduções de custos operacionais em seus processos.

Esta edição do relatório, “Deeping engajament for a low carbon future” (disponível aqui) coletou informações de mais de 500 empresas na América Latina, mais de 300 só no Brasil, entre empresas-membro e seus fornecedores. Os setores com mais empresas respondentes foram: Indústria (123 empresas), Bens de Consumo (115 empresas), Materiais (98 empresas) e Bens de consumo não essenciais (96). Uma das principais conclusões foi a de que ainda existe um longo caminho a ser perseguido.

“O CDP Supply Chain trabalha em conjunto com seus membros para gerar engajamento e estabelecer estratégias que coloquem em pauta as questões que impactam a gestão de negócios. A gestão de recursos naturais, suas oportunidades e riscos é hoje uma realidade”, comenta Juliana Lopes, diretora do CDP América Latina.

O crescimento da participação das PMEs também foi destaque nesta edição. Em 2016, o número das organizações pequenas e médias empresas que reportaram ao CDP cresceu 211% em relação a 2015 e hoje representam 52% dos respondentes do programa.

O programa traz ainda uma novidade para o ciclo de 2017: a inclusão do desmatamento como tema para gestão de riscos e oportunidades pela cadeia de fornecedores. Essa iniciativa recebe o apoio da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad) para implementação do projeto “O Poder da Compra: Catalisando ações para gestão do risco de desmatamento em cadeias de fornecimento da América Latina para China e Europa”. O principal objetivo da iniciativa é engajar o setor privado e seus fornecedores em políticas e práticas sociais e ambientais que reduzam a pressão nas florestas, por meio de parcerias com setores públicos e não governamentais para redução do desmatamento. Empresas como Carrefour Brasil, JBS e Arcos Dourados já aderiram ao programa como membros-fundadores. Com isso, as companhias têm a principal missão de difundir o tema entre seus fornecedores, apresentando as quatro principais commodities em que o programa atua: óleo de palma, soja, gado e produtos florestais.

Empresas brasileiras em destaque – Dentre as mais de 500 empresas respondentes na América Latina, as brasileiras Braskem S/A e EcoRodovias alcançaram a pontuação máxima no score do CDP e integraram o seleto grupo de empresas A list, que destaca as companhias líderes que possuem boas práticas e as distinguem em relação ao seu desempenho, compromissos e ambições relacionados ao tema de mudanças climáticas.

Além desse reconhecimento, o CDP lançou um novo ranking global que avalia o engajamento das empresas com suas cadeias de fornecedores, a ambição e atuação entre os níveis empresariais e seu papel para fomentar e difundir práticas relacionadas às mudanças climáticas. A Braskem S/A está entre as 29 empresas reconhecidas como líderes dentre as mais de 4.200 respondentes do CDP. A empresa desenvolve workshops com seus fornecedores, promovendo treinamentos e suporte técnico na identificação de oportunidades para reduzir emissões e custos. Hoje, aproximadamente 44% das emissões sem controle direto da organização já são reportadas através da plataforma do CDP, pelo programa CDP Supply Chain.

Os dados analisados neste relatório representam o maior repositório de informações sobre gerenciamento de mudanças climáticas e gestão de recursos hídricos na América Latina. O CDP trabalhou em conjunto com a WayCarbon para avaliar esses dados e trazer ideias sobre como as cadeias de suprimentos na América Latina estão lidando com as mudanças climáticas e a gestão hídrica em seus negócios.

O CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos que provê um sistema global único para que as empresas e cidades meçam, divulguem, gerenciem e compartilhem informações vitais sobre o meio ambiente. O CDP trabalha com as forças do mercado, incluindo 767 investidores institucionais, para motivar as companhias e as cidades a divulgarem seus impactos no meio ambiente, assim como suas ações para reduzi-los. Atualmente, o CDP possui o maior volume de informações sobre mudanças climáticas e água do planeta e procura colocar estes insights na pauta das decisões estratégicas, dos investidores e das decisões políticas.

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