RedeFIDI ajuda profissionais da saúde a enfrentarem desafios da pandemia

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Projeto oferece apoio online a 2,5 mil médicos, enfermeiros e técnicos, entre outros que estão na linha de frente do tratamento de pacientes em unidades públicas de saúde

Da Redação – “Voltei de férias em plena pandemia, com um turbilhão de coisas acontecendo. Não compreender aquilo e não ter controle sobre nada foi terrível. E ao ver minha equipe com esses mesmos sentimentos recorrendo a mim, me fez ver o quanto eu precisava estar bem para conseguir apoiar a todos. Na primeira conversa com a psicóloga, eu consegui entender que não posso me sentir responsável por tudo e que precisava compreender o limite entre querer e poder. Que eu precisava cuidar de mim também e não só ficar preocupada com todos ao meu redor, transmissão, contágio, EPIs, treinamentos, higienização das mãos, medidas de segurança efetivas e família. Eu não tenho que ser a mulher maravilha”, conta a enfermeira Giulia Saguini, de 28 anos.

Giulia é uma das profissionais que foram atendidas pela RedeFIDI, criada pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) para dar apoio online aos seus 2.500 colaboradores, com auxílio médico, psicológico e comportamental. O projeto, criado em março, conta com nove psicólogos e seis médicos voluntários, que realizam atendimentos virtuais gratuitos, de domingo a domingo, entre 8h e 22h.

A maioria está na linha de frente do atendimento a pacientes em unidades públicas de saúde de São Paulo e de Goiás, como médicos, enfermeiros, técnicos de radiologia e atendentes. No entanto, a RedeFIDI também atende os colaboradores em home office, que buscam equilibrar o trabalho cotidiano com os cuidados com a família e as tarefas domésticas.

“Com o atendimento psicológico, consegui diminuir o nível de ansiedade e me fez entender que meu papel de líder é repassar os meus conhecimentos à equipe para transmitir-lhes segurança.  Foi um divisor de águas. Indiquei o atendimento da RedeFIDI para toda a minha equipe”, relata a enfermeira, que mora com a avó, de 69 anos, e se preocupa também com a saúde dela.

O medo de se contaminarem ou contaminarem os seus familiares, bem como o sentimento de culpa por estarem se sentindo frágil num momento em que supostamente deveriam ser fortes, são os principais conflitos apresentados pelos profissionais de saúde nos atendimentos realizados pela psicóloga Márcia Paoliello, em seus atendimentos pela RedeFIDI.

“Nos momentos de estresse como este, o lado emocional toma conta do racional. O atendimento consiste em acolhê-los e apoiá-los com recursos para que possam administrar suas dificuldades, os seus sentimentos e, desta forma, se reequilibrarem”, afirma a especialista.

Márcia, 60 anos, dedica quatro horas por dia a este trabalho voluntário, dentro da sua jornada diária de 14 horas por dia, que inclui a dedicação à sua mãe, de 80 anos, e às tarefas do lar. “Quando a pandemia começou, fiquei muito sensibilizada sobre o impacto que trouxe para diferentes nichos e resolvi me oferecer como voluntária. É muito gratificante participar de um programa que traz tanto acolhimento e bem-estar”.

Esse é justamente o objetivo da iniciativa, segundo Cristiane Claro, Coordenadora de Relacionamentos Institucionais da fundação. “Procuramos dar o máximo de suporte aos profissionais que se dedicam diariamente a salvar vidas e que agora atuam num ambiente muito mais complexo, por causa da Covid-19”, diz.

Atendimento na quarentena, após contaminação

Já a líder administrativa Rose Nogueira, de 56 anos, contou com o atendimento médico da RedeFIDI após ser contaminada por coronavírus, em maio. “Meu cunhado testou positivo para Covid-19 e, na semana seguinte, foi a minha vez. Como profissional de saúde, fiquei me perguntando: como essa doença foi parar na minha casa?”, conta ela, que também passou a se preocupar com a possibilidade de contaminação da sua mãe, de 78 anos, e da filha, de 22 anos, que moram com ela. Ambas, no entanto, não tiveram a doença.

No sétimo dia de quarentena, Rose passou pela consulta médica online do programa. “Foi a primeira vez que usei a telemedicina. A consulta foi boa e esclarecedora. Graças a Deus, os meus sintomas também foram leves e me recuperei bem”, diz. A gestora já retornou ao trabalho.

Além desta iniciativa, o site da Fundação dispõe de informações gerais sobre prevenção ao coronavírus, incluindo orientações como higienização das mãos, utilização de EPIs e mensagens de apoio aos profissionais de saúde.

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