Razão versus Emoção

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* Maristela Prado – Somos sempre pegos com essa dúvida: usar a razão ou emoção? Na maioria das vezes, ou melhor, sempre devemos usar a razão, ela é que nos indica o caminho certo. Por mais difícil que seja aceitar, a razão nos faz escolher o coerente. Estamos sempre predispostos a usar o coração, é sempre o caminho mais fácil, mas nunca o mais certo. Nos enganamos quando achamos que o sentimento gera o bem.

Um grande exemplo é criar filhos. Imagina agir só com o coração, fazer tudo o que a criança deseja, não dizer não, acobertar seus erros, atender às birras, andar de mãos dadas a tudo que levará seu filho algum dia à ruina. Não seria uma boa ideia, além de estar criando um monstro para a sociedade, estará criando para você mesmo.

Essa criança que hoje é superprotegida e com a sua retaguarda, um dia se tornará um adulto arrogante, agressivo e indomável pelo mundo lá fora e por você. Será aquele adolescente sem limites, sem respeito e dono da verdade absoluta.

Esse padrão de pessoa está muito comum hoje, são filhos de uma geração que endossou o poder às crianças, o querer e não poder, o status a qualquer preço. Hoje, adultos, começam a ser pais, e levam muito mais adiante essa situação. As crianças são pequenos adultos, já com três anos vemos meninos vestidos como homens e meninas como mulheres, uma infância jogada no lixo. Já não bastasse os brinquedos totalmente eletrônicos, agora pequenos adultos até na aparência.

Se a razão fosse a principal teoria para criar os filhos, certamente não teríamos tantos jovens tiranos como hoje. São exigentes e não aceitam perder. O não e os limites não caem de moda nunca, estamos falando em educação, princípios e cidadania. Se isso fosse prioridade muita coisa não estaria acontecendo no mundo. Acontece que prioriza-se muito mais o ter, o rótulo, do que o ser, a essência que cada um carrega. Não nascemos enxergando as diferenças, querendo ser soberanos, aprendemos quando os desejos começam a ser satisfeitos.

Não quero afirmar que a emoção nunca seja prioridade, faz parte da nossa vida, faz parte do ser humano e necessitamos disso para prosseguir. A vida seria muito dura se não tivéssemos a emoção. Apenas devemos ser coerentes e sábios ao usá-la para não cairmos em armadilhas, não sermos vítimas de nossos atos, onde colocamos a emoção como parte principal de um capítulo que talvez te carregue para um abismo.

E às vezes não há salvação. E daí não venha achar culpados, somos culpados dos nossos abismos, agimos errado em algum momento e isso deve ser reconhecido e perdoado por você mesmo. Só assim se libertará das culpas, só assim poderá crescer e aprender..

* Maristela Prado é Bacharel em Letras e revisora de textos, casada e mãe dois filhos adultos. Leia mais no blog As Letras da Vida (https://asletrasdavidablog.wordpress.com/)

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1 comentário on "Razão versus Emoção"

  1. Valdinete Ferreira da Silva

    O que tenho observado é que tem muitos pais, já maduros que não querem perder sua liberdade, casualmente esse fim de semana, estava num hotel, tem gincanas para adultos depois das 22:00h crianças pequenas estão lá cansadas, com sono, destruindo tdo, aos pais parece normal, sem limite!

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