Da Redação – Com o mote “ESSA Reforma da Previdência NÃO!”, o PSB lançou nesta quarta-feira (8) uma campanha nacional crítica à proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
As animações produzidas em computação gráfica, com linguagem simples, serão apresentadas em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais do partido, a partir das 19h20min, com a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Na série de cinco vídeos, com duração média de 1’30” cada, o PSB critica os pontos centrais da reforma, como adoção do sistema de capitalização, cortes no Benefício de Prestação Continuada e mudanças na aposentadoria rural, de mulheres e de professores. A campanha é multimídia e será veiculada em redes sociais, aplicativos de mensagens e portais.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirma que a ideia é mostrar que a reforma defendida pelo governo pretende acabar com políticas instituídas na Constituição de 1988, penalizando a maioria da população, em especial, os trabalhadores, idosos e as mulheres.
Para Siqueira, a reforma da Previdência é o terceiro “grande atentado ao regime civilizatório estabelecido em 1988”, depois da aplicação do teto sobre os gastos públicos e da reforma trabalhista aprovada pelo governo de Michel Temer.
“A reforma da previdência é o maior empreendimento de parte de nossa elite, na tarefa de destruição da rede de proteção social ainda incipiente que o país logrou construir nos últimos 30 anos”, afirma.
CAPITALIZAÇÃO – Em um dos vídeos, o PSB afirma que o “governo Bolsonaro está tentando vender uma reforma que não é nada boa para a população, que vai diminuir conquistas que levaram anos pra serem implementadas”.
A mesma peça diz que a reforma implica no fim do sistema solidário de previdência, a partir da adoção do modelo de capitalização, a exemplo do que aconteceu no Chile, com graves efeitos sociais.
“É o fim de um sistema solidário, onde os que produzem hoje ajudam os que já contribuíram com o seu trabalho, ou que não podem mais trabalhar. O governo quer adotar um sistema de capitalização que vai privilegiar parte da elite. Só para você lembrar, um sistema parecido foi implantado no Chile durante a ditadura militar de Pinochet, ainda na década de 80. Hoje, o Chile sofre com o suicídio de idosos”, adverte o partido.
A animação encerra, como todas as demais, com a frase: “Reforma da Previdência: Se não é boa para os brasileiros, não é boa para o Brasil.”
FAKE – Em outra peça da campanha, o PSB nega que a Previdência seja a causa da crise econômica e diz que “essa é mais uma justificativa mentirosa para atacar as conquistas sociais da Constituição Cidadã”.
O partido classifica como “fake” argumentos de que a reforma atingirá a todos, que gerará emprego e que sem ela o país irá quebrar. “Esses homens estão mentindo para você”, adverte o clipe, enquanto mostra lado a lado o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro.
Outra “grande mentira” apontada pelo PSB é o déficit da Previdência, uma das principais justificativas para a reforma. Na mesma peça, o partido diz que os recursos destinados à Seguridade Social são desviados para outros fins, principalmente para o pagamento de dívidas públicas.
“O que realmente afeta o sistema previdenciário é a má gestão e a sonegação. Nesta reforma, os mais pobres vão pagar pelos mais ricos”, destaca o vídeo, acrescentando que os mais afetados pela reforma serão os trabalhadores, os idosos e as mulheres do campo e da cidade.
De acordo com Carlos Siqueira, o PSB reconhece que há uma questão previdenciária a ser enfrentada, mas não com as mudanças previstas na PEC n° 6/2019. “Estas aprofundam a desigualdade e a aumentam a concentração de renda”, considera.
PROMESSAS – Com a reprodução de entrevistas do ex-presidente Michel Temer e de Paulo Guedes, além de reportagens de TV mostrando enormes filas de desempregados, em outro vídeo o PSB compara a reforma de Bolsonaro com a reforma trabalhista de Temer, que não cumpriu com a promessa de gerar empregos.
O partido questiona a promessa repetida à exaustão pelos dois governos de reduzir as desigualdades e acabar com privilégios. “Veja o que o ministro Guedes chama de redução de desigualdades: aumento do tempo de contribuição dos trabalhadores rurais, das mulheres e dos professores. O governo Bolsonaro diz que vai atacar os privilégios, mas a proposta dele atinge idosos e deficientes em condições de miserabilidade”, critica o partido.
Na peça, o PSB explica que os pobres de 65 anos hoje ganham um salário mínimo para ter alguma dignidade na velhice. O governo, enfatiza o partido, quer pagar apenas R$ 400 a partir dos 60 anos e jogar para depois dos 70 o direito que já existe hoje.
A campanha apresenta ainda outros dois clipes: um afirma que o governo propõe uma reforma ampla e injusta quando poderia corrigir distorções pontuais do sistema, sem prejudicar os mais desfavorecidos; e outro que explica o significado dos termos mais usados na discussão da reforma, intitulado Pequeno Dicionário da Reforma da Previdência.
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