Protocolo melhora atendimento a pacientes com problemas cardíacos

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Da Redação – Com o objetivo de melhorar o atendimento a pacientes que estejam sofrendo infarto, a rede municipal de saúde está adotando um protocolo de dor torácica em todos os serviços de urgência e emergência de São Bernardo. Com o protocolo, as equipes de saúde conseguem identificar com mais precisão os sinais e sintomas da doença coronariana e podem tomar as providências necessárias com agilidade para evitar que os pacientes venham a óbito.

A recomendação às equipes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), do Hospital e Pronto-Socorro Central (HPSC) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é que o paciente seja encaminhado, caso necessário, em até 120 minutos para realização de angioplastia primária no Hospital de Clínicas Municipal (HC).

Segundo o diretor do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência (DAHUE), Thiago Sacoman, quando o paciente entra na UPA com queixa de dor torácica inicia-se o alerta para toda a equipe. Imediatamente é solicitado um eletrocardiograma, conforme preconizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pelos protocolos internacionais. O eletro é analisado pela equipe médica e, sendo constatada anormalidade no traçado, é estabelecida a dinâmica de atendimento, considerando o tempo como fator preponderante no prognóstico do paciente.

A coordenadora técnica do DAHUE, Vanessa  Crispim, destaca a importância do trabalho em equipe, lembrando que os profissionais de enfermagem são os primeiros a receber e avaliar o paciente, daí a importância dos treinamentos e sensibilizações para assegurar a rapidez e eficiência no atendimento aos pacientes com doenças do coração.

A capacitação para a implantação do protocolo de dor torácica, realizada há cerca de um ano, envolveu centenas de profissionais de todos os serviços de urgência e emergência, incluindo as equipes do SAMU 192. Mais recentemente, em fevereiro, houve novo treinamento voltado à análise do eletrocardiograma para a detecção da síndrome coronariana aguda. Em ambas as capacitações, também participaram médicos e pessoal da enfermagem das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

A Secretaria de Saúde conta ainda com um comitê, formado por representantes de diversos setores do serviço de saúde, que avalia os atendimentos e faz monitoramento para que o tempo de atendimento seja cada vez menor. “Quanto mais rápido a procura pelo serviço de urgência e emergência com o sintoma de dor no peito, maiores são as chances de sobrevivência dos pacientes”, diz Sacoman, lembrando que a doença isquêmica do coração é a principal causa da mortalidade no Brasil, no estado de São Paulo e em São Bernardo, para ambos os sexos. A isquemia, responsável pela angina ou infarto, é a diminuição do oxigênio que chega ao coração.

O enfrentamento das doenças isquêmicas do coração vem sendo aperfeiçoado em toda a rede municipal de saúde nos últimos seis anos,  resultando em sucessivas quedas nos índices de mortalidade no município. Em 2009, do total de óbitos de São Bernardo, a mortalidade por doenças isquêmicas coronarianas representava 15,9% e foi diminuindo seguidamente até atingir 12,3%, em 2014, e 12,4%, em 2015.

O diretor do DAHUE salienta que esses resultados positivos são fruto de todo o trabalho de prevenção e promoção da saúde na Atenção Básica, da qualificação do cuidado na Atenção Especializada e da capacitação contínua dos trabalhadores da rede de urgência e emergência, que foi complementado com a implantação do serviço de hemodinâmica em cardiologia no Hospital de Clínicas Municipal e, agora, com a adoção do protocolo de dor torácica em toda a rede municipal de saúde.

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