Da Redação – Nesta quarta-feira (6), empresários, acadêmicos e trabalhadores debateram ações de proteção à indústria automotiva nacional, durante Reunião Geral do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ferramentaria do Grande ABC. Durante o encontro, realizado na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, a coordenação do grupo apresentou informações sobre os regimes Ex-tarifário e Inovar-Auto, além de abordarem a importância da participação ativa das empresas nas discussões, além da necessidade de garantir o efetivo cumprimento da legislação que estimula a produção industrial brasileira.
O Ex-tarifário é um regime federal que consiste na redução temporária da alíquota de importação de 16% para 2%, concedido a qualquer empresa nacional que queira importar produtos, desde que justificando a inexistência de produção nacional equivalente.
Sansão da Silva, empresário do setor e membro da coordenação do APL de Ferramentaria, explicou aos participantes da reunião que o Arranjo já executa ações para proteger a produção de ferramental na região e em todo o país, recebendo e repassando às indústrias as consultas públicas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelação da ABIMAQ (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos).
“O principal objetivo do APL é barrar pleitos de concessão de Ex-tarifário para consequentemente evitar importações de ferramentas equivalentes locais, mantendo assim o compromisso com toda a cadeia de ferramentaria, protegendo a fabricação e garantindo a manutenção da mão de obra nacional”, explicou Sansão.
Os membros da coordenação do APL Ferramentaria pediram apoio aos demais empresários do setor apontando demandas e dificuldades do dia a dia, além de enviarem informações sobre os componentes produzidos em suas fábricas, para oficializar os dados junto ao MDIC.
O regime automotivo Inovar-Auto também foi destacado na pauta de discussões. O diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Roberto Nogueira da Silva, que faz parte da coordenação do APL Ferramentaria, falou sobre a importância dos dispositivos criados a partir do Inovar-Auto para estimular a inovação tecnológica e resgatar a indústria de ferramentaria da região. A continuação do Inovar-Auto é uma das medidas consideradas pelo grupo como essencial para o futuro do setor.
“O regime automotivo já demonstrou resultados, trazendo mais segurança e eficiência energética aos veículos produzidos no Brasil, entre outros. Estamos discutindo a questão regionalmente, mas pensando em todo o país. As ferramentarias fazem parte deste regime. O setor é importante para a economia local, pois garante qualidade ao emprego, conhecimento e melhores salários. Trabalhamos para sermos mais do que montadores. Queremos ser construtores”, afirmou.
O secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Giovanni Rocco, também membro da coordenação do APL, mencionou pontos que devem avançar para aprimorar as atividades já em andamento, como a criação de observatório da indústria – formado por universidades, sindicatos, entidades regionais e de representação de empresários. “Queremos garantir a manutenção das demandas por ferramental dentro do país e, consequentemente, os empregos e os investimentos em modernização do parque produtivo e para o desenvolvimento de tecnologias”.
A reunião contou com a participação de Jorge Frade, gerente de Ferramentaria da Volkswagem, que falou sobre investimentos permanentes em inovação e em melhorias internas do setor dentro da montadora.
Inovar-Auto 2 – Além de promover o debate sobre os mecanismos de proteção à produção local, a Reunião Geral do APL Ferramentaria do Grande ABC marcou o lançamento de vídeo que trata sobre a importância do regime Inovar-Auto.
O material foi produzido pela TVT durante o seminário “Inovar-Auto 2 – Ideias para o Futuro da Inovação no Brasil”, realizado em fevereiro pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O vídeo documenta depoimentos de participantes da atividade – atores locais representando universidades, empresários, sindicatos, entidades regionais, entre outros – sobre a importância do regime para a indústria automotiva e para alavancar a inovação do setor na região.
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