Executivo da multinacional sueca Saab apresentou detalhes dos caças produzidos na empresa instalada no bairro Cooperativa, em São Bernardo do Campo
Da Redação – A ACISBEC (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo) realizou na manhã desta terça-feira, 13, o evento Programa Gripen Brasileiro e possibilitou aos participantes a oportunidade de conhecer detalhes da fabricação e operação dos caças na subsidiária da multinacional sueca SAAB, instalada no Bairro Cooperativa, em São Bernardo, e adquiridos para reforçar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira).
O evento foi viabilizado em parceria com a ADESG-ABC (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra), segundo o presidente da ACISBEC, Valter Moura Júnior, também representante da ADESG. Ele explicou que a programação marca a retomada da atuação da regional do ABC. “Nada mais importante do que difundirmos a importância de uma indústria da defesa aqui na nossa cidade e que há interesse das multinacionais em investirem no nosso País”, comentou.
Ney Duarte, delegado da ADESG-SP, trouxe também outra novidade e anunciou durante sua apresentação: o lançamento do CEPE (Curso de Estudos de Políticas e Estratégias) em São Bernardo. “Queremos resgatar os valores patrióticos que estão fazendo falta no nosso país. Não temos nenhuma vinculação partidária e a nossa finalidade é estudar o Brasil e temos a intenção de passar essa filosofia para os estagiários, de carinho com a bandeira, com o país”, frisou.
O diretor geral da planta da Saab, em São Bernardo, Fabrício Saito, destacou a importância estratégica da localização e estrutura logística das instalações locais. “Aqui estamos perto de portos, aeroportos, e temos universidades e mão de obra qualificada da indústria automotiva já adaptada para a aeronáutica. Portanto, já unimos as necessidades para o conhecimento, por isso, não viemos pra cá por acaso. A Saab reconheceu capacidade tecnológica no país, somos a terceira maior indústria aeronáutica no mundo”, revelou.
A planta em São Bernardo foi construída em 2018, está instalada em cinco mil metros quadrados, localizada no Bairro Cooperativa e possui 60 funcionários. Os principais eixos de atuação da multinacional se concentram com as empresas de São Paulo; da Região e São José dos Campos, juntamente com depósitos em Brasília e Porto Alegre, além da base aérea de Anápolis (GO).
Apresentação – O diretor de Cooperação da Saab, Luis Hernandez, destacou o programa de transferência de tecnologia do Gripen Brasileiro. A apresentação contemplou os objetivos e o escopo do offset (compensação comercial), as empresas brasileiras beneficiárias do programa e a atuação da Saab no Brasil.
“É importante frisar que o programa Gripen envolve a indústria de defesa nacional, não apenas na produção, mas também no desenvolvimento de estruturas, sistemas, aviônicos, ensaios em voo, manutenção da frota nas próximas décadas, entre outras coisas. Até 2025, mais de 350 engenheiros e técnicos brasileiros de empresas parceiras terão participado do programa de treinamento prático na Saab em Linköping, Suécia, nessas diferentes áreas”, explicou o executivo.
Sobre a linha na fábrica da Saab em São Bernardo do Campo, Hernandez explicou que a produção de aeroestruturas teve início em 2020, onde estão sendo produzidos o cone de cauda, os freios aerodinâmicos, o caixão das asas, a fuselagem traseira e a fuselagem dianteira.
“Temos um grande orgulho de sermos um parceiro estratégico da Força Aérea Brasileira e da indústria de Defesa nacional neste programa de alta tecnologia de longa duração, que resultou em uma ampla transferência de tecnologia para o Brasil”, frisou o executivo.
Caça próprio – De acordo com ele, vários atributos foram levados em consideração pela FAB (Força Aérea Brasileira) para escolher o caça responsável pela defesa do espaço aéreo brasileiro pelas próximas décadas. “O Programa Gripen Brasileiro representa não apenas um grande salto operacional para a FAB, mas também a entrada do Brasil como parceiro em um programa de alta tecnologia. Um dos itens mais estratégicos do programa foi o envolvimento da indústria de defesa nacional, através de um extenso programa de transferência de tecnologia, iniciado em 2015”, revelou.
Hernandez explicou que a curto e médio prazo, essa base industrial será capaz de apoiar a cadeia logística; de fazer a manutenção dos principais sistemas e sensores; a integração de novas capacidades e armamentos; e as modernizações do Gripen.
“No futuro, com todas as lições aprendidas através do programa de transferência de tecnologia, a meta do governo brasileiro é a de que o país tenha a capacidade de desenvolver o seu próprio caça de próxima geração utilizando a sua base industrial. São pouquíssimos os países no mundo com o conhecimento e a capacidade de desenvolver e produzir caças supersônicos”, frisou.
Além de convidados, também participaram do evento, integrantes da diretoria da ADESG, da ACISBEC, representantes do Rotary São Bernardo do Campo e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Trabalho de São Bernardo, Hiroyuki Minami.
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