Gaeco estabeleceu o elo de ligação entre o médico investigado no Rio Grande do Sul com empresa contratada para gerir o Hospital de Campanha em Mauá
Mari Tavares – A manhã desta segunda-feira (15/6) foi das mais agitadas em Mauá. Logo cedo, os policiais do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) bateram à porta da Prefeitura, além de averiguarem endereços ligados ao prefeito Átila Jacomussi e ao seu secretário da Saúde, Luis Carlos Casarin.
Na casa do prefeito e em seu gabinete na Prefeitura, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Na operação, foram apreendidos dois celulares, um notebook, um IPad e documentos do prefeito, que seguem para análise.
A operação foi deflagrada com base em investigações sobre a contratação da empresa suspeita de irregularidade, a OS Atlantic e Transparência e Apoio à Saúde Pública, pelo valor de R$ 3,3 milhões, para serviços de gestão e operação do hospital de campanha para atendimento de pacientes de COVID em Mauá, pelo prazo de 90 dias.
A OS Atlantic, contratada pela Prefeitura de Mauá, funciona no mesmo endereço, coincidentemente, que a empresa OS Ocean Serviços Médicos Ltda, investigada por supostas irregularidades na construção do Hospital de Jandira na Grande São Paulo, no Interior do Estado. Outra coincidência é que no quadro diretivo da OS Atlantic consta o nome de Jéssica Alves Ponte Belo. Um pessoa que não levantaria maiores suspeitas não fosse o fato de ela ter o mesmo sobrenome do médico Gilberto Alves Ponte Belo.
Gilberto Alves Ponte Belo é ex-diretor do Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp). Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, a empresa Gamp é acusada de ter desviado mais de R$ 1 bilhão de reais em contratos de saúde com municípios do Rio Grande do Sul, e hoje é oficialmente impedida de contratar com as prefeituras daquele Estado.
Curiosamente, na live realizada na Prefeitura de Mauá, no dia 9 de abril deste ano, o prefeito Átila Jacomussi apresentou o Dr. Gilberto como integrante da equipe de Combate ao coronavírus na cidade. Detalhe, o médico participou desta reunião sem usar máscara, destoando do protocolo de segurança contra a Pandemia.
Os crimes investigados constam na Lei de Licitações, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, entre outros. Além de Mauá, a Polícia realizou buscas ainda em Jundiaí, Caieiras e São Paulo.
Atualizada às 13h24
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