Prefeitura diz que alimentação escolar tem sabor de comida de mãe

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Da Redação – Os panelões sempre brilhando não param de ferver. Diariamente, um exército de mulheres, de avental e toca branca, prepara 130.577 refeições nas escolas municipais de São Bernardo. Essa turma do “posto de abastecimento” tem muita força no braço para mexer quilos e quilos de feijão, arroz, carnes, legumes e preparar as frutas. “O principal tempero é o amor. Adoro quando os alunos falam: ‘Tia, parece comida da minha mãe’”, diz Vanusa Araújo Mendes, cozinheira chefe da Emeb Alfredo Scarpelli, no Bairro Assunção.

Amor e responsabilidade são dois ingredientes nesta receita que contribui no crescimento e desenvolvimento dos alunos e na formação de práticas alimentares saudáveis. Desde 2010, a Prefeitura adotou no Programa de Alimentação Escolar produtos mais saudáveis como pão, bolos, bisnaguinhas e biscoitos integrais. E compra diretamente da agricultura familiar frutas, verduras, legumes, arroz orgânico e suco de frutas. Isso ajudou a reduzir em 60% o teor de açúcar nas refeições.

Na ponta desta cadeia alimentar, que começa na Secretaria de Educação na hora de planejar os cardápios e as compras, estão as merendeiras, que também são agentes educadoras. Ao lado das professoras, elas estimulam os alunos a experimentar todos os alimentos e novos pratos, como o kibe de peixe e a feijoadinha. “Sempre falo para a tia da cozinha se gostei ou não da comida”, diz a aluna Alice de Melo Silva, 11 anos.

Para elas que vivem em torno da comida preparando refeições e a cada trimestre participando de treinamentos e oficinas para aprender novas receitas, sorriso nos lábios e olhinhos de quero mais são os prêmios que mais gostam de receber dos alunos.

Dieta especial – O sorriso aberto reflete a simpatia de Danielle, 10 anos. Aluna da EMEB Alfredo Scarpelli, ela encara naturalmente a sua dieta à base de fruta na hora do almoço escolar, enquanto os amiguinhos comem uma refeição completa. Danielle almoçava na escola e repetia a dose em casa. Resultado? Sobrepeso e pressão alta. Já Richard, 11 anos, passava mal, sem motivo aparente. Diagnóstico: intolerância à glicose.

Dos 85 mil alunos da rede municipal de São Bernardo, mais de 1.400 apresentam restrição alimentar. Isso significa que eles precisam de uma dieta especial. Na escola recebem dieta individualizada, que segue a orientação do médico ou da nutricionista. No entanto, o cardápio tem de ser o mais parecido possível com o da alimentação das demais crianças.

As nutricionistas da Prefeitura desenvolvem receitas especiais que são testadas e aprovadas pelos alunos. Dentro do cardápio geral, existe o bolinho que não pode ser consumido por diabéticos. Então, foi criado o bolinho de caneca, que não leva açúcar. O objetivo é assegurar o bem-estar dos estudantes com restrição alimentar, além de não excluí-los das refeições coletivas. “A dieta especial atende à restrição do aluno, mas também tem papel educador quando todos entendem o que é isso”, explica a diretora da escola, Suzana Sapienza.

Atender esse tipo de necessidade da criança faz parte do Programa Saúde na Escola, que, entre outras ações, realiza avaliação de saúde bucal, pesagem e medição de altura, testes de acuidade visual e orientação nutricional. “A dieta especial é excelente. Fico seguro sabendo que a escola também cuida da saúde do meu filho”, diz Wellington Barroso dos Santos, pai de Richard.

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