Prefeitura de Diadema qualifica atendimento para detectar precocemente e tratar sífilis

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Mudanças no protocolo de cuidado vai permitir melhorar o acompanhamento e reduzir casos na cidade. Diagnóstico precoce é fundamental para a cura e eliminação da sífilis congênita

Texto: Renata Nascimento-Tatiana Ferreira (PMD)

Da Redação – Qualificar a rede municipal de saúde no diagnóstico e tratamento da sífilis em Diadema foi um dos objetivos do segundo encontro da Capacitação sobre Sífilis, realizada na última segunda-feira (16/05), no auditório do Quarteirão da Saúde. O treinamento da primeira turma aconteceu no dia 13 de abril.  

Voltada para profissionais de saúde da rede municipal, as orientações buscam sensibilizar os profissionais da rede para o enfrentamento dessa doença e abrangem as mudanças no protocolo de cuidado aos pacientes, principalmente em relação ao atendimento das gestantes, fluxo do laboratório e padronização de condutas clínicas.

“A capacitação em rede tem o objetivo de atualizar e potencializar as equipes de saúde, no manejo de todos os casos de Sífilis. Mudamos o protocolo num formato mais visual com fluxogramas que facilitam a consulta e entendimento de todos os profissionais”, afirmou Keila Cristina da Silva, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.

Dr. Guilherme Aruth Muniz de Castro, médico da UBS Promissão, aprovou a capacitação. “Gostei bastante da palestra, da metodologia e das discussões, que por ser presencial se tornou mais rica. Particularmente achei positivo e com certeza acrescentou para todos que participaram. Com a pandemia refecendo, acho que fica cada vez mais frequente essas capacitações, estávamos sentido falta”.

O profissional ainda destacou outro ponto positivo do encontro. “Os dados epidemiológicos da cidade de Diadema são muito ricos e isso pode ser utilizado em congressos e artigos para aumentar a publicação epidemiológica do Brasil, que ainda é baixa. Tendo uma cidade como a nossa, que tem dados, tabelas e planilhas foi muito interessante nesse sentido”, afirmou Dr. Guilherme.

Dados epidemiológicos

Na última década, foram registrados em Diadema 2.796 casos de sífilis adquirida, 1.057 casos da doença em gestantes, 570 casos de sífilis congênita e 570 recém nascidos expostos à sífilis congênita. A partir da implantação dos testes rápidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em 2015, houve aumento na taxa de detecção de casos na gestação, passando de 7,4% (2011) para 31,6% (2020) a cada mil nascidos.

“A identificação e o tratamento dos casos em gestantes são imprescindíveis para a diminuição e eliminação da sífilis congênita. A doença também vem se instalando entre os segmentos mais jovens da população, sobretudo entre homens. Por isso, o desafio é desenvolver estratégias intersetoriais, com ações de prevenção nas escolas e nas redes de interação juvenil”, ressalta Cristina Marins, coordenadora da Vigilância à Saúde de Diadema.

A doença

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Silenciosa, a doença começa com uma ferida que desaparece espontaneamente e, ao passar dos anos, pode comprometer o funcionamento de cérebro, nervos, olhos e coração e evoluir para a morte. Já no caso da sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez ou no parto, há possibilidade de aborto e complicações como deformidades. A criança ainda pode nascer sem sintomas e, por volta dos 10 anos, apresentar lesões como problemas nos ossos, coração e mente.

“Tem sido registrado no Brasil o aumento considerado de casos de sífilis, o que muito nos preocupa. Essa é uma doença que pode trazer diversos riscos de saúde ao paciente, por isso, é importante o diagnóstico precoce. Ressaltamos que todas as UBS de Diadema estão preparadas e capacitadas para acolher os usuários e garantir o tratamento adequado”, afirma Keila Cristina.    

Como saber

O teste rápido para diagnóstico e o tratamento estão disponíveis em todas as 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Centro de Testagem e Aconselhamento, localizado no Quarteirão da Saúde. O exame deve ser realizado sempre que houver comportamento de risco (sexo desprotegido). Durante o pré-natal, a gestante realiza dois exames de sífilis, um no primeiro trimestre e outro no segundo.

Quando a gestante é diagnosticada com sífilis, o parceiro também precisa ser tratado e acompanhado, já que pode haver reinfecção da grávida pelo indivíduo não tratado ou disseminação devido à troca de parceiros ou não uso de preservativos.

Além do tratamento, as Unidades também têm à disposição preservativos masculinos e femininos.

Serviço: Centro de Testagem e Aconselhamento / Ambulatório de Especialidades Quarteirão da Saúde. Local: Avenida Antonio Piranga, 700 – Centro. O endereço das UBSs pode ser consultado http://www.diadema.sp.gov.br/enderecos/324-contato/ubs.

Fotos: Dino Santos

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