Combinação de calor e água parada é favorável para proliferação do mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, causa zika, chikungunya e febre amarela
Texto: Renata Nascimento
Da Redação – Com o período de chuvas e calor, a população precisa redobrar o cuidado para evitar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Equipes formadas por mais de 450 agentes comunitários de saúde (ACS) das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), agentes de endemias e agentes de vigilância em saúde do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Diadema também intensificaram o trabalho de orientação e vistorias em residências e pontos estratégicos.
“A dengue é uma doença grave e que pode evoluir para a morte. Embora ocorra durante todo o ano, é em épocas como o verão que o mosquito encontra o ambiente propício para proliferar. Por isso, a ação é importante, pois estamos num período endêmico, em que acomete muitas pessoas e os casos tendem a aumentar”, explica a coordenadora da Vigilância à Saúde de Diadema, Franciele Finfa da Silva.
Em condições favoráveis (água limpa, parada e calor), o mosquito se desenvolve em até nove dias e, quando adulto, pode viver entre 45 e 60 dias. O Aedes aegypti é o mesmo mosquito que transmite zika, chikungunya e febre amarela.
“O problema maior não é mais a caixa d´água, mas qualquer local que possa acumular água é um criadouro. Hoje, a atenção é para os recipientes do dia-a-dia, como pratinhos de plantas, caixa atrás da geladeira, vaso sanitário sem uso”, explicou a supervisora do Controle a Dengue, Mariza Luciana Fidélis da Silva.
Por isso, é preciso manter a caixa d´água bem vedada, calhas limpas, lixeiras bem tampadas e ralos limpos e com tela; armazenar garrafas de boca pra baixo; limpar semanalmente com escova e bucha os potes de água para animais; e retirar água acumulada em pisos e construções.
Novos hábitos
Assim como outras localidades do estado, Diadema registrou um aumento de casos no último ano. Em 2019, foram registrados 467 casos autóctones de dengue. Já em 2020, primeiro ano da pandemia, foram 11 casos. No ano passado, a quantidade de casos passou para 189 autóctones e, nos primeiros dois meses de 2022, foram registrados 15 casos.
Com o início da pandemia do coronavírus, em 2020, muitas famílias ficaram em casa, puderam reorganizar a rotina e dar mais atenção às medidas de prevenção ao mosquito transmissor da doença, fator que pode ter influenciado na diminuição de casos de dengue. Já em 2021, esse cenário mudou e o município registrou aumento nos casos. “As pessoas acabaram relaxando. Durante a pandemia, a população acreditou que não tinha dengue, mas ela não acabou, tem o ano inteiro. É preciso que cada pessoa faça o trabalho de formiguinha, na sua casa, conversando com o seu vizinho”, ressaltou a supervisora.
Mariza ainda afirma que a mídia tem papel fundamental nesse processo. “Nossa rotina de trabalho nunca parou, mas quando a população vê meios de comunicação falarem sobre a dengue, ela fica alerta. Quando não falam, ela se esquece”, relata.
Neste mês, o CCZ concluiu a pesquisa de Avaliação de Densidade Larvária (ADL), cujo índice chegou a 0,3%. A partir de 1,1% é preciso ficar em estado de alerta. “Nosso índice está ótimo, mas o trabalho é cotidiano. Agora, estamos intensificando a atividade de vistoria em casas e empresas, atendimento a denúncias. A ideia é de que a população seja reeducada para a prevenção da doença. Nós queremos que se torne um hábito fazer a vistoria na própria casa”, finaliza Mariza.
Dengue
A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti infectado. Seus principais sintomas são febre e dor de cabeça, no corpo, em articulações e atrás dos olhos, fraqueza e falta de apetite. Em alguns casos, o doente pode apresentar manchas pelo corpo, náuseas, vômitos e sangramentos.
Caso tenha alguns dos sintomas, a pessoa deve procurar um serviço de saúde, beber bastante líquido e não fazer uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (AAS).
Serviço: Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Diadema (Rua Ipoá, 131 – Jardim Inamar – Tel.: 0800 771 09 63)
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