Por que o Enem deve ser visto como muito além de uma prova?

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De acordo com especialistas da escola Lourenço Castanho, o preparo do aluno precisa começar antes do Ensino Médio e envolve muito mais do que conhecimento acadêmico

Da Redação – O segundo semestre do ano para os alunos do último ano do Ensino Médio costuma ser marcado pela preocupação voltada para a realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Essa prova, que coloca o aluno em evidência nacional, abre inúmeras portas para eles, incluindo desde vagas nas universidades federais e até mesmo em instituições estrangeiras em países como Portugal, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Irlanda, entre outros. Nessa fase é bastante comum que esses jovens fiquem ansiosos e apreensivos sore seu desempenho no exame, além do fato de escolherem a profissão dos seus sonhos e a faculdade que irá cursar.

Neste período, normalmente o volume de conteúdo a ser estudado aumenta, exigindo desse aluno uma fase de dedicação maior a assimilar o conhecimento para que ele tenha um excelente desempenho na prova e obtenha uma pontuação que permita que ele consiga atingir seus objetivos. No entanto, muitas vezes o foco voltado apenas para assimilar informações nem sempre é o melhor caminho.

De acordo com Daniela Coccaro, coordenadora do Ensino Médio da escola Lourenço Castanho, por lá a preparação para esse momento tem um viés mais abrangente, que começa cedo e extrapola o ambiente acadêmico. “Temos um olhar muito cuidadoso da equipe de orientação educacional que acompanha os alunos desde a educação infantil. 

Quando o estudante chega no Ensino Médio, ela trabalha muito a questão da escolha do caminho de vida e fortalecendo esse processo para que o aluno chegue no fim do terceiro ano com recursos não somente pedagógicos, mas também socioemocionais e emocionais para ele lide melhor com a prova do Enem”.

O momento em a que a coordenadora se refere, não envolve somente a questão da prova em si, mas também dúvidas geradas na hora da  escolha. “Hoje em dia há uma gama enorme de cursos, de profissões que vão surgir ou desaparecer. Fazer essa escolha gera muitos desafios para o aluno”.

Daniela conta que, na tentativa de trabalhar esse lado envolve o fato de ajudar o aluno a construir essa jornada de vida, a entender como se relaciona com o outro, consigo mesmo e com o conhecimento. “Vamos formando uma teia, ajudando-o a olhar para o futuro e como será a caminhada para fora dos muros da escola”.

Nesse aspecto, o aluno pode ter outros objetivos longe do Enem, como fazer intercâmbio, se inserir no mercado de trabalho, montar uma empresa ou seguir de fato uma carreira universitária.

Habilidades socioemocionais no vestibular

A escola Lourenço Castanho segue ainda a tendência de avaliar o perfil socioemocional dos seus alunos, que hoje também passou a fazer parte do processo seletivo de várias faculdades renomadas. Alexandre Abbatepaulo, diretor geral da instituição de ensino, aponta que a realidade do aluno que faz diversas provas para ter seus conteúdos conceituais avaliados – prática adotada pelos vestibulares nos últimos 30 anos – mudou.

“Assim como o mercado de trabalho já faz há um bom tempo, os principais cursos superiores do país incluíram em seus processos seletivos etapas que buscam identificar competências socioemocionais em seus candidatos”, aponta. Abbatepaulo cita como exemplo o curso de Direito da Fundação Getulio Vargas, que puxou a fila. O novo curso de engenharia do Insper também segue o mesmo caminho, assim como o curso de medicina do hospital Albert Einstein.

O lado do conhecimento acadêmico

No último ano do Ensino Médio, em paralelo com o fortalecimento emocional do aluno para enfrentar esse momento decisivo, o colégio Lourenço Castanho prepara-o para a parte prática do Enem. Além de oferecer cursos de aprofundamento e revisão de conteúdo, que acontece no contraturno, investe ainda na realização de simulados, que acontecem desde o 9º ano. “Uma das principais missões da escola e não tornar o Enem uma preocupação na vida do ano”, diz Vinicius Freaza, diretor de Inovação da instituição de ensino

Segundo ele, a parceria com a Evolucional, empresa líder no segmento de avaliação e que oferece ferramentas que permitem a simulação do Enem. “Os alunos desde sempre têm acesso a essas ferramentas para que eles se sintam habituados a fazer provas no estilo da avaliação nacional. Nossa expectativa é de os alunos estejam mais naturalizados com o tema e o dia da prova seja semelhante a um período de simulado”.

Porém, de acordo com Freaza, o trabalho feito com as ferramentas da Evolucional vai além do dia da prova. “Por meio da realização dos simulados, as ferramentas apontam individualmente quais são os pontos fortes de cada aluno e o que precisa ser melhorado. A partir desses resultados, alunos e professores podem criar planos de estudo personalizados, focados em conteúdos que podem alavancar seus resultados no exame”.

Um dos pontos altos dessas soluções é um simulador do SISU, sistema unificado do Ministério da Educação, no qual o aluno pode usar sua nota do Enem para se candidatar a cursos em diversas universidades do país. “Por meio desse recurso, ele consegue verificar quais são suas chances de aprovação nos diversos cursos que integram o SISU. Caso ele queira uma determinada carreira e sua nota ainda não seja suficiente, pode focar em áreas que precisa melhorar para obter essa aprovação”, conclui.

6 dicas para ter sucesso no Enem

Os especialistas da Lourenço Castanho apontam que esse preparo começa lá atrás. “Não existe milagre. O aluno não vira um bom estudante do dia para a noite. A gente constrói esse processo durante a educação básica para que ele se torne um aluno potente”, ressalta Daniela.

Confira a seguir seis dicas importantes para fazer bonito no Enem:

  1.       Organização é tudo. Segundo a orientadora, saber se organizar e priorizar as demandas é fundamental. “É preciso ajeitar a agenda para que caiba tudo – os momentos de lazer, com a família, amigos e o estudo. Cabe à escola dar todo esse suporte para o aluno que quer ir além do Enem”.
  2.       Participe de grupos de estudo. Daniela recomenda a participação em grupos de estudos monitorados por professores para que os alunos possam se aprofundar e ter ajuda com conteúdo mais complexo.
  3.       Amplie seu repertório de conhecimento. Esse ponto é fundamental, já que a redação tem um peso de mais de 20% no Enem. Além disso, a orientadora chama a atenção para as questões de Matemática, que também têm forte peso na nota final.
  4.       Aposte em simulados. Vinicius enfatiza que é preciso fazer simulados para que a prova do Enem não seja “nenhuma surpresa” para o aluno.
  5.       Entender a pontuação da prova. O diretor ressalta que o aluno deve ter conhecimento sobre como é feita a pontuação do Enem. “O Enem usa a TRI (Teoria de Resposta ao Item), metodologia que também é usada em grandes exames ao redor do mundo. E se o aluno souber como ela funciona, pode fazer a diferença na pontuação final.
  6.       Comece a prova pelas questões mais fáceis. Vinicius atribui essa recomendação como uma “dica de ouro”. “Muitos alunos se perdem no tempo da prova focando em questões mais difíceis, sendo que o grande pulo do gato está na leitura inicial de toda a prova, respondendo as questões mais fáceis, que podem ter sua resposta já na ponta da língua enquanto fazem a averiguação das perguntas”.

Freaza destaca ainda que essas questões fáceis contribuem para uma característica bastante valorizada pelo Enem, que é a coerência pedagógica do candidato. “É uma forma de os examinadores entenderem se esse candidato tem ou não uma base de conhecimento bem desenvolvida. O maior número de acertos precisa ser de questões mais fáceis. No simulado o aluno consegue treinar essa estratégia”.

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