Da Redação – Apresentado nesta segunda-feira (5) em sua versão final, o “Estudo Regional de Planejamento Estratégico da Macrodrenagem e Microdrenagem do Grande ABC” prevê 259 intervenções nas sete cidades, que demandam um aporte estimado em R$ 2,94 bilhões. Entre as medidas estruturais propostas, o plano aponta a necessidade de 137 quilômetros de redes de galerias e canais e mais de 6 milhões de m3 de armazenamentos em reservatórios (piscinões). Elaborado pela empresa KF2 Engenharia, o trabalho foi exposto durante a assembleia mensal do Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
O presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, afirmou que o plano permite olhar para o futuro da região, dando condições para os próximos mandatários terem um ponto de partida para investimentos em drenagem urbana. O estudo é uma das ações prioritárias do Plano Plurianual (PPA) Regional Participativo 2014 – 2017 da entidade regional.
“Resolver o problema das enchentes requer grandes intervenções. Com o plano, o prefeito pode, ao tomar uma decisão sobre um investimento de grande impacto, consultar uma prateleira de projetos que podem ser realizados conforme o orçamento da região ou por meio de captação”, disse Marinho.
A primeira versão do estudo foi divulgada em julho aos prefeitos da região, passando posteriormente por revisão de técnicos do Consórcio e das sete prefeituras. Concluído, o trabalho beneficia todas as cidades da região, incluindo as que não tinham planos municipais de drenagem, informou o coordenador do Comitê de Programa Drenagem Urbana do Consórcio e o secretário-adjunto de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo, Flávio Casarini. “O plano é regional e projetado para um horizonte de 20 anos, possibilitando uma visão integrada da drenagem do ABC”, explicou.
Durante a apresentação, o diretor da KF2 Engenharia, Fausto Batista, afirmou que o estudo fornece às sete cidades informações sobre as obras necessárias a serem executadas e a localização das mesmas, assim como o custo para a realização. “O plano contém uma simulação hidrológica e hidráulica de todos os municípios pertencentes ao Consórcio e permite a homogeneidade dos dados de drenagem urbana. Por meio destes dados é possível montar o processo para obtenção de recursos, contratação dos projetos básicos e executivos, contratação da obra, além da resposta aos munícipes”.
A medida de maior impacto regional proposta pelo plano é a construção do Piscinão Jaboticabal, em São Bernardo do Campo, nas proximidades da Rodovia Anchieta e na confluência entre os ribeirões dos Couros e dos Meninos, na divisa entre São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e São Paulo. O custo de implantação é estimado em R$ 392,8 milhões, beneficiando 931,9 mil habitantes da região.
Além do Piscinão Jaboticabal, as principais obras elencadas no estudo, por município, incluem ainda o Piscinão do Córrego Cassaquera, em Santo André, com investimento de R$ 55,3 milhões e benefício a 379 mil pessoas; o Piscinão da Rua Alfredo Sebastião da Silva, em Mauá, com custo previsto de R$ 7,7 milhões e 433,3 mil habitantes beneficiados; o Piscinão da Avenida Fundibem, em Diadema (R$ 62,3 milhões e 328,7 mil habitantes beneficiados); canalização aberta do Córrego dos Meninos, em São Caetano do Sul (R$ 139 milhões e benefício a 140 mil pessoas). Em outros municípios, o impacto das intervenções será local, como no caso do Piscinão da Rua Pedro Rípoli, em Ribeirão Pires, com custo previsto de R$ 18,4 milhões e melhoria para mais de 44 mil pessoas; assim como no caso do reforço de travessia da Rua Prefeito Cido Franco, em Rio Grande da Serra, com custo de R$ 846 mil e benefício para 2,1 mil habitantes.
O prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, ressaltou que a articulação do Consórcio será imprescindível para a viabilização das principais obras previstas. “Não vejo como essas intervenções poderão sair do papel sem ser por meio do Consórcio”, afirmou.
O estudo será agora enviado a representantes do governo estadual, como o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), informou o presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. “Notamos que muitas vezes o governo estadual fica alheio a assumir os compromissos que lhe cabem em relação ao ABC. Devemos chamar à responsabilidade todos os atores envolvidos”, disse.
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