Pilares em comum: como govtechs se relacionam com a política ESG 

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* Diogo Catão – A ESG (do inglês Environmental, Social and Governance, e na tradução livre Governança Ambiental, social e corporativa) comumente utilizada para mensurar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma companhia, deixou de ser um diferencial e passa a ser quase mandatória nas empresas.

A preocupação com o meio ambiente, a governança e a sociedade como um todo impacta não apenas os consumidores, que se preocupam com o bem-estar da sociedade e planeta, mas também os investidores, que estão mais atentos a um crescimento de negócios sustentáveis, e os colaboradores, que visam se desenvolver em uma empresa saudável. 

Dessa forma, a ESG dá mais transparência para as instituições e impacta diretamente na imagem da empresa, pois esse compromisso se valoriza cada vez mais e faz com que as empresas que adotam essas práticas continuem competitivas diante da sociedade, sendo um dos pilares observados por investidores e consumidores. 

Na crista da onda, estão as startups, jovens empresas com modelo de negócio repetível e escalável em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Isso faz com que elas precisem estar atentas à ESG, já que a tendência é que os investidores busquem empresas que sigam essas diretrizes.

Considerar um desenvolvimento sustentável costumava ser uma atitude à parte dos negócios que pouco tinha a ver com a preocupação financeira. Hoje, essa atitude impulsiona o desempenho corporativo. Empresas com práticas de ESG possuem uma visão de longo prazo. 

Para as startups, também há benefícios financeiros, já que, com a ESG, startups de todos os segmentos possuem linhas de créditos específicas, o que facilita a atração de recursos por meio do capital de risco, do financiamento coletivo ou de investidores-anjo. 

Saindo do âmbito geral de atuação e pensando no cenário govtech, naturalmente seus eixos estão alinhados com a ESG: meio ambiente, sociedade e governança. Isso se deve ao fato de que, nesse caso, a startup está vendendo uma solução para o governo, e o setor público tem compromisso direto com a população. O impacto positivo no setor público acaba impactando a sociedade e o meio ambiente.  

Há uma relação intrínseca também entre as govtechs e as práticas ESG: muitas startups acabam criando soluções que visem melhorar a governança, a questão ambiental e social. Dessa forma, acabam contemplando a ESG em seus próprios produtos. A importância que destaco aqui está relacionada à existência de diversas govtechs que têm como eixo prioritário atender questões de ESG e podem utilizar essas práticas para melhorar sua gestão como um todo. 

Pensando nos pontos de convergência entre ESG e govtechs, alguns dos pilares é reduzir danos ao meio ambiente, atuar de maneira sustentável e adotar as melhores práticas administrativas. Nesse ponto, é possível mencionar, por exemplo, os sistemas de gestão integrada, que adotam a política do papel zero nas prefeituras com foco em melhorar a questão ambiental, social e de governança de uma única vez.  

Não à toa, já são mais de 700 startups que oferecem soluções em ESG no Brasil e, embora o pico do nascimento desse tipo de empresa tenha ocorrido de 2015 a 2018, atualmente elas estão mais maduras e começam a chamar a atenção dos investidores: 90% do volume investido em ESG Enablers ocorreu entre 2017 e 2021. Basta ficarmos atentos e prestarmos atenção a como esse movimento seguirá daqui para frente.  

*Por Diogo Catão é CEO da Dome Ventures, uma Corporate Venture Builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil domeventures@nbpress.com  

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