* Maristela Prado – “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.” Na maioria das vezes não agimos de acordo com o que falamos. Do que valem as palavras diante de nossas atitudes? Tenho notado tanto discurso inútil, tantas pessoas tentando se posicionar através das palavras e agindo de forma escrota.
Por onde anda a honestidade, a decência e o amor? Estão perdidos. Ficaram no passado. Hoje se pensa em sair por cima, se dar bem, ser o mais esperto, o melhor. Vivemos em uma sociedade interesseira, o status é melhor do que ter paz, consciência tranquila, ser o que se é de fato.
Acabou-se o sonho de dias melhores, de planos a longo prazo, de que tudo passa. Aprendi que não seria tudo ao meu modo, mas teria sempre uma luz no fim do túnel. Mas o que temos hoje? Pessoas totalmente despreparadas para a vida, que brigam para que tudo saia do jeito que querem, derrubando quem encontrar pela frente. Perdeu-se o limite do certo ou errado, vale tudo para conseguir o que se quer. Vale até uma vida.
Por onde andam as atitudes que saem das palavras bonitas? Que papel estamos vivendo nessa vida invertida de valores, onde um jogador de futebol vale mais do que pessoas que vivem à beira da miséria em países como Haiti, ou mesmo por aqui? Por que não se destina parte desse dinheiro para ajudar povos que precisam? Guerras acabando com nações, outras não muito diferentes e bem próximas a nós, acabando com a cidade maravilhosa do nosso Brasil. O poder está dominado pela corrupção, e nós assistimos a tudo sem ter a quem recorrer.
Para onde estamos indo, se não enxergamos mais a luz no fim do túnel? Não sabemos mais se existe solução, somos hoje praticamente marionetes à mercê de um poder que luta por ele mesmo. A maior potência do mundo sendo conduzida por um milionário vaidoso, agindo de acordo com seus interesses, como se o resto do mundo não existisse. E, por fim, os atentados que matam milhares de pessoas inocentes em nome de uma guerra sem fim.
A que ponto a humanidade chegou! A maldade não tem fim nem limites, somos prisioneiros de nossas vidas, de nossos lares. Estamos indo, vivendo do jeito que dá, esperando que um dia a solução chegue e possamos, novamente, respirar e viver em paz, sair na rua, acreditar nas pessoas, fazer planos e ensinar às próximas gerações que a vida não é só de pedras, que existe a bondade, que existe a esperança. Se tudo não voltar ao que era antes, para onde vamos?
“Eu grito, me imponho como autoridade, mando e desmando seja lá quem for.” E isso é poder, e isso é autoridade, e isso é viver?
* Maristela Prado é Bacharel em Letras e revisora de textos, casada e mãe dois filhos adultos. Leia mais no blog As Letras da Vida (https://asletrasdavidablog.wordpress.com/)
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