Da Redação – “Trocar o pneu com o carro andando”. É esta a realidade do Hospital Nardini de Mauá, que atualmente mantém em reforma áreas importantes como o pronto-socorro e a maternidade. Funcionários e pacientes convivem há mais de um ano com os transtornos de duas grandes reformas. Porém, mesmo com as limitações estruturais inerentes às reformas de grande porte, em meio aos corredores não é difícil encontrar reconhecimento dos usuários em relação ao atendimento prestado.
Na Ouvidoria, entre janeiro e julho, foram registrados 95 elogios voluntariamente por pacientes ou acompanhantes direcionados a profissionais, serviços e clínicas. A média é de duas inserções por dia. No ano passado, no mesmo período, foram feitos 29 registros, quando as obras ainda não haviam começado. O sistema que registra as demandas é interligado à Ouvidoria SUS da Secretaria da Saúde.
A maternidade funciona atualmente de forma temporária no mesmo andar da Clínica Cirúrgica. À medida que a estrutura foi reduzida, a demanda disparou. Hoje o número de partos supera 150 por mês e o hospital mantém-se como única referência hospitalar para a região de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que compreende cerca de 600 mil habitantes. A moradora do Jardim Itapark, em Mauá, Ana Claudia Soares, 25 anos, surpreendeu-se ao precisar de atendimento. A paciente estava grávida de 39 semanas e desenvolveu hipertensão gestacional. Deu entrada em 19 de julho e rapidamente foi encaminhada a um parto cesárea de urgência.
“Estava nervosa, tinha muitas gestantes em pré-parto, mas a enfermeira segurou minha mão no Centro Cirúrgico. São gestos que fazem a diferença. Sem palavras por toda a atenção e carinho da equipe médica e de enfermagem. É preciso reconhecer o esforço”, relata a paciente, que retornou dias após a alta para presentear a obstetra Dra. Carla Lozano com uma caixa de bombons. Também elogiadas, participaram do atendimento a outra obstetra Dra. Daniela Nogueira e a auxiliar de enfermagem Amanda Santana.
A mãe da paciente, que acompanhou todo o atendimento, deu um depoimento de estímulo à equipe. “As pessoas têm que ter mais respeito pelos profissionais e pelo trabalho desenvolvido. Muita gente depende do hospital, muitos sequer utilizam e às vezes ainda falam mal do serviço público. Vemos muita ignorância por aí. Uso o Nardini há 30 anos e minha família sempre foi bem assistida, por isso incentivei minha filha a vir aqui e teve um parto maravilhoso. Ano passado meu marido chegou entre a vida e a morte, ficou na UTI, e recuperou-se graças ao esforço de todos. Defendo o hospital, pois nunca tive do que me queixar”, conta Ana Maria de Oliveira.
Já a paciente Vanessa Oliveira Campos, 30 anos, reside em Ribeirão Pires e internou-se por alguns dias em maio após diagnóstico de apendicite. Foi assistida pela equipe de Cirurgia Geral na Retaguarda do pronto-socorro antes de realizar cirurgia. “Fui muito bem tratada. Fiz todos os exames necessários que na minha cidade não tem. Recebi suporte, orientação, já operei e estou bem melhor. Toda equipe está de parabéns, foram muito atenciosos e comprometidos. Gostaria de voltar para dar um abraço em todos. Que Deus abençoe toda a equipe.”
Um dos elogios mais marcantes recebidos recentemente foi o de Deivid Marcelino da Silva, que perdeu o pai de 82 anos no início de agosto após complicações de uma pielonefrite. Mesmo em meio à dor da perda, o paciente dirigiu-se voluntariamente à Ouvidoria do hospital para formalizar agradecimento à equipe médica, de enfermagem, serviço social, nutricionistas, psicólogas e recepcionistas. “Expresso minha eterna gratidão por terem cuidado tão bem do meu pai. Infelizmente era a hora dele. Esta equipe vale ouro. Gostaria de agradecer especialmente a Dra. Thais Luciane, da Clínica Médica. Infelizmente existem muitos médicos sem sentimento, mas ela se destaca. Parabéns pelo esforço. Não tenho palavras para agradecer.” Na Clínica Médica, por exemplo, a coordenação instalou um ‘Quadro de elogios’ onde são fixadas todas as avaliações dos usuários a respeito dos atendimentos prestados no setor.
Para garantir a assistência em meio às obras em andamento, o Núcleo de Proteção e Vigilância da unidade tem acompanhado de perto todo o processo de remanejamento e adequação de setores para evitar prejuízos no atendimento ao usuário. “Conhecemos as adversidades que a instituição atravessa e trabalhamos para reduzir o impacto de grandes reformas através da análise e controle de riscos, prática de identificação de pacientes e aprimoramento de rotinas e condutas intersetoriais. O objetivo é otimizar recursos nas ações de promoção, implementação e monitoramento voltadas à segurança e saúde dos pacientes, trabalhadores e meio ambiente”, explica a coordenadora do setor, Tatiana Kazumi Kagaochi.
REFORMAS – A perspectiva de melhora estrutural é cada vez mais próxima para pacientes e trabalhadores. Em mais de 30 anos de existência, é a primeira grande reforma que a unidade passa. O conceito de atendimento humanizado em espaço acolhedor e ampliado é o foco da gestão. A maternidade, por exemplo, está em obras desde julho do ano passado. A primeira fase está concentrada na construção de 5 quartos PPP (pré-parto, parto, puerpério), que são áreas privativas que garantem a presença de acompanhante e espaço humanizado de atendimento antes e após a gestação.
No total, serão 19 quartos neste padrão. Atualmente os trabalhos estão concentrados na instalação da rede elétrica e dos gases medicinais dos quartos. Quando finalizada, a nova maternidade também terá moderno Centro Obstétrico, 10 leitos de UTI Neonatal, 15 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários, cinco poltronas Mamãe Canguru, três leitos de RPA (Repouso Pós Anestésico), sala de ultrassom, entre outras instalações.
Já no pronto-socorro o trabalho segue em avanço na nova Área Verde, que terá 23 leitos de observação. A empresa contratada para as obras realiza a execução da laje de cobertura e alvenaria e também a instalação da rede de esgoto. Já a área da Nutrição está em fase de alvenaria e acabamento externo. A nova estrutura do PS será entregue com 20 leitos na Enfermaria de Retaguarda, 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), oito macas de observação da Área Amarela, sete leitos de Urgência na Sala Vermelha, salas de atendimento cirúrgico e ortopédico, de emergência pediátrica e obstétrica, consultório odontológico e salas de apoio (serviço social, classificação de risco, suturas e enlutamento), além de áreas de suporte como farmácia e refeitório.
Atualmente o PS funciona de forma provisória no segundo andar, antiga área administrativa. A previsão da Prefeitura é entregar as duas obras até o fim do ano. Os investimentos somam aproximadamente R$ 11 milhões, entre reformas e novos equipamentos.
Nenhum comentário on "Pacientes do Hospital Nardini elogiam atendimento mesmo com rotina de obras"