A hilariante aventura de capa e espada ganhou versão infantil lúdica, assinada por Flavio de Souza e pela diretora Pamela Duncan. A estreia presencial acontece após temporada online, em outubro de 2021
Da Redação – A Peste – Cia. Urbana de Teatro estreia o espetáculo infantil Os três Mosqueteiros – Um por Todos, Todos por Um no dia 2 de abril (sábado), no Teatro UOL, às 17h40.
Inspirada no clássico de Alexandre Dumas (1840-1844), a montagem é uma divertida aventura de capa e espada, adaptada por Flavio de Souza (notável criador das séries Castelo Rá-Tim-Bum e Mundo da Lua) e por Pamela Duncan, que também assina a direção.
Os três amigos – Musse (sapateiro), Champignon (poeta) e Garçom (faxineiro) – embarcam numa história medieval com a missão de salvar a princesa Chantilli do malvado Roquefor. A aventura é regada por valores humanistas, mas também tem romantismo e uma curiosa transformação da Princesa.
No enredo de Os Três Mosqueteiros, os jovens humildes sonham em se tornarem mosqueteiros do reino. São alegres, atrapalhados e ingênuos. Descobertos por Bafo, o ajudante fiel do vilão Roquefor, eles são nomeados mosqueteiros com a missão de proteger a princesa Chantili e o reino da França, mas tudo não passa de um plano mirabolante. Percebendo que Roquefor pretende raptar a princesa, obrigá-la a se casar com Bafo e se apossar da fortuna do reino, os mosqueteiros trapalhões empunham suas espadas para salvar a donzela e expulsar o traidor. A trama é conduzida pelo papagaio narrador Petigatô, um boneco que permanece na área de encenação; tudo observa e tudo sabe.
Durante a jornada, os três jovens sonhadores vivem aventuras permeadas de humor em cenas dinâmicas que exaltam os valores humanistas e a ética. A Princesa – que surge como uma menina mimada – transforma-se em uma jovem consciente que se torna mosqueteira, assumindo o lugar do ‘quarto’ integrante da história original. “Para compor o perfil da Princesa como símbolo do empoderamento feminino, inspiramo-nos na pintora barroca italiana Artemisia Gentileschi, que foi proibida de entrar na academia de artes e seu talento não era reconhecido”, revela a diretora.
“Queremos mostrar que todos podem ser heróis, que pessoas comuns também são capazes de atos heroicos, e mostrar que a união e os valores morais nos tornam mais humanos e nos ajudam a viver em comunidade”, comenta Pamela Duncan. “O espetáculo é poético, alegre e divertido. As crianças e os adultos vão refletir sobre a importância de união para uma vida mais feliz e digna. A solidariedade, o coletivo e a força do feminino são as bases da nossa construção dramática”, completa.
A direção de Pamela Duncan é inspirada nos desenhos animados e na filmografia de Os Três Mosqueteiros, amparada por uma intensa pesquisa bibliográfica sobre o autor e a obra, que incluiu os filmes produzidos, as lutas de capa e espada e a estética da época junto aos movimentos de literatura e artes plásticas. A montagem para o público infantil ganha contornos clownescos. Pamela também visitou o clássico Os Três Patetas para compor a estética do clown junto ao teatro físico que caracteriza os mosqueteiros palhaços e anti-heróis. No texto, Flavio de Souza não economizou na criatividade dando nomes divertidos aos heróis (Champignon, Musse e Garçom) e aos demais personagens (Bafo, Roquefor, ama Brioche e papagaio Petigatô), que prometem boas gargalhadas e encantar a garotada.
Os atores fizeram aulas de dança e de esgrima para desempenhar com destreza as cenas coreografadas de luta, e também laboratórios de cinema em que a espada, os movimentos e a postura dão o tom às cenas. A trilha sonora tem um papel fundamental para dar ritmo às cenas. Em sintonia com a época, os temas passam pelo Barroco e Renascimento, mas aporta no contemporâneo. O figurino e a maquiagem trazem o lúdico da commedia dell’arte com a alegria das cores e babados, estimulando a fantasia e transportando o espectador para a história. O cenário é virtual com projeções de ambientes do passado, complementado por poucos elementos.
“Nosso grupo, em 17 anos de trajetória, sempre teve compromisso com a não violência das relações. Defendemos que isto deva ser trabalhado por meio da cultura e educação. Todos os nossos espetáculos têm a premissa de elevar a cultura e a educação, entregando o melhor que temos a oferecer: pensamento, qualidade e cultura pela paz. Em Os Três Mosqueteiros também falamos de nós e de nossos comportamentos, de acordo com esta filosofia”, finaliza Pamela Duncan.
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