A Fenaert (Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão) vem a público manifestar seu repúdio à intimidação sofrida pelo repórter Marc Souza, da TV Record Paraná, enquanto intencionava realizar reportagem no acampamento onde estão simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba. O profissional foi intimidado pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, Milton Simas Jr.
O cerceamento da liberdade de expressão contra os jornalistas é ato inadmissível e acompanhamos democracias colocadas em risco em diversos países do mundo por isso. O que surpreende, desta vez, é que tais atos sejam praticados justamente por entidades representativas e colegas de profissão.
Ao chegar no local para realizar a cobertura, Souza foi abordado por Simas, que, por sua vez, o aconselhou a se posicionar próximo ao carro da polícia para que tivesse sua “integridade preservada”. O presidente também mencionou que “pra quem fala mal de movimento social” não seria recomendável que gravassem no local.
Em seu diálogo com o jornalista, o presidente do Sindicato declarou ainda que “a imprensa tá toda junta no golpe”, frase que generaliza e demonstra conflito de interesses. Ainda que se diga que a intenção foi “proteger” o profissional, o que se viu foi uma ação de intimidar e condicionar Marc Souza a um espaço específico de trabalho e comportamento condicionado pelos manifestantes para que pudesse atuar no local.
Atacar o profissional de imprensa, no seu pleno exercício da profissão, é ferir a Constituição, a democracia e o direito da sociedade em conhecer os fatos e acontecimentos de seu ambiente.
Não é aceitável que se confunda militância com o cargo ocupado em uma entidade de classe. A liberdade de expressão não pode ser instrumentalizada para beneficiar terceiros ou para satisfazer vontades delineadas por objetivos políticos.
Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert)
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