Em nota, ABIA repudia Bolsonaro por disseminar a ignorância com falsa associação entre AIDS e vacina contra a Covid-19Palavra de Internauta
Recebemos principalmente através das redes sociais questionamentos sobre a denúncia publicada pela imprensa informando que a água da UTI Pediátrica do Hospital Marcia Braido e do Reservatório Inferior do Hospital Maria Braido, estavam contaminadas, colocando em risco os pacientes, acompanhantes e funcionários.
Os laudos realizados pela Water Lab – Análises Ambientais, datados de 30 de outubro, revelaram que na UTI Pediátrica do Hospital Marcia Braido foram encontradas bactérias heterotróficas.
Apesar de ter sido insinuado que bactéria heterotrófica encontrada na amostra de água colhida na UTI Pediátrica poderia estar relacionada com um caso de infecção generalizada ocorrida num recém-nascido, que infelizmente acabou falecendo no Hospital, é preciso esclarecer que as bactérias heterotróficas não têm ação patogênica. A contagem de bactérias heterotróficas é amplamente utilizada como indicador de qualidade da água para consumo humano.
É comum chamá-las de “bactérias ambientais“ e os laudos de análises apresentam seus resultados como “contagem total de bactérias“ ou “contagem padrão de bactérias”. Mesmo não tendo ação patogênica, a Portaria 2914 do Ministério da Saúde estabelece um limite de 500 UFC/mL (unidades formadoras de colônias por mililitro) para bactérias heterotróficas. Lembrando que na amostra analisada dentro da UTI Pediátrica o resultado da contagem de bactérias heterotróficas foi de 830 UFC/mL, portanto bem acima do limite estabelecido pela Portaria.
Segundo os especialistas para resultados acima de 500UFC é sugerida a desinfecção do sistema e após desinfecção a água deverá ser novamente analisada. No Reservatório Inferior do Hospital Maria Braido que esta em reforma a contagem de bactérias heterotróficas foi normal, porém o laudo revelou a presença de Coliforme Total na amostra 200 que segundo a Portaria 2914 deve ser ausente.
Dentre as bactérias do grupo dos coliformes totais pesquisadas em água para consumo humano não estão espécies com ação patogênica. Mesmo não tendo ação patogênica, a Portaria 2914 estabelece que a simples presença de bactérias desse grupo em água destinada ao consumo humano torna essa água como não potável.
Na eventual ocorrência de quaisquer concentrações de coliformes totais, o ponto de consumo deve ser interditado e devem ser adotadas as medidas de higienização e desinfecção do mesmo. Em seguida, uma nova análise deve ser realizada para que se tenha a certeza de que os procedimentos surtiram os efeitos desejados.
A mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde esteve reunida com o Dr. Jesus Adalberto Gutierrez e na oportunidade nos inteiramos das providências tomadas em relação ao problema que causou grande impacto na população e na imprensa.
Também recebemos cópias dos laudos realizados após as providências cabíveis, e analisados pela mesma empresa que assinou os laudos anteriores, desta vez com resultados normais.
Portanto respondemos a todos aqueles que acionaram o Conselho Municipal de Saúde que com relação à qualidade da água dos Hospitais Marcia e Maria Braido tudo se encontra na mais absoluta normalidade.
Mesmo assim na próxima reunião do Conselho Municipal apresentaremos algumas sugestões para melhorar ainda mais os controles e torna-los transparentes com a publicação das análises mensais para conhecimento dos usuários.
Roberto Canavezzi (Secretário Executivo do Conselho Municipal de Saúde de São Caetano)
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