Ministro concedeu a primeira entrevista à Rádio Bandeirantes depois de assumir a Secretaria-Geral da Presidência nesta quinta-feira
Da Redação – Onyx Lorenzoni sinaliza que Jair Bolsonaro pode mesmo vetar a isenção de responsabilidade do fabricante por eventuais efeitos colaterais de vacinas. O ministro concedeu a primeira entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, depois de assumir a Secretaria-Geral da Presidência nesta quinta-feira (25). A questão é muito importante porque se transformou no entrave para a compra da vacina da Pfizer, que fala em fornecer 100 milhões de doses ao Brasil.
Um projeto aprovado no Senado e que seguiu para a Câmara abre caminho para a aquisição nas condições impostas por empresas como o laboratório americano. No entanto, advertindo que ainda não conversou com o presidente sobre o assunto, Lorenzoni disse que a exigência deve ser vista com prudência. “Se você confia na sua tecnologia, se acha que ela é segura, por que está pedindo para que o país assuma as responsabilidades civis, e não o laboratório?”.
A empresa argumenta que, na América Latina, só Brasil, Argentina e Venezuela ainda não concordaram com a cláusula de responsabilidade. O ministro lembra, por outro lado, que outros fornecedores dispensaram exigências semelhantes, e compara a situação com um acidente de trânsito. “Essa vacina foi a mais rápida desenvolvida na história da humanidade. Temos avanços tecnológicos? Sim, que bom, palmas. Agora, não dá para, em nome da emergência, um país arcar com a responsabilidade que deveria ser daquele que produziu o produto. Seria parecido com um cara vender um carro no seu país… Bom, se meu freio quebrar e a pessoa bater em um poste, quem paga a indenização é o governo, não sou eu, fabricante. Ninguém iria aceitar isso”.
A vacina da Pfizer contra o coronavírus foi a primeira a ter recebido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o registro definitivo para uso no Brasil. A íntegra da entrevista está disponível no canal da Rádio Bandeirantes no YouTube.
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