Ocupação Museu do Ipiranga recebe as leituras cênicas “Territórios de Resistência, Narrativas em Disputa”

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Montagens foram criadas especialmente para o projeto a partir de obras que integram o acervo do Museu

Da Redação – Até o dia 21 de julho, todos os sábados e domingos, às 15h, o Museu do Ipiranga recebe as leituras cênicas da dramaturgia Territórios de Resistência, Narrativas em Disputa. Composta por três partes independentes, Florestanias, Sertanias e Ribeirias, as apresentações se intercalam ao longo do período, sendo uma leitura diferente a cada final de semana.

O Projeto, construído de forma coletiva, se estrutura a partir de três obras do acervo do museu: A Baiana, de autoria desconhecida, Índio com Arco e Flecha e O Herói da Guerra do Paraguai, ambos de Adriano Henri Vital Van Emelen. Os textos são escritos por Murilo de Paula, Dione Carlos e Felipe de Moraes, as apresentações contam com a participação especial de convidados que atuam como comentadores e propõem uma reflexão sobre a obras abordadas nos textos. Amara Moira, Jerá Poty, Laymert Garcia dos Santos, Pedro Cesarino e Neide Almeida são alguns nomes que integram o grupo.

Em Florestanias a dramaturgia parte da obra Índio com Arco e Flecha para tratar do início da colonização: a chegada dos primeiros europeus ao Brasil, as interpretações do episódio pelos ameríndios, as entradas no território e o processo de extermínio dos povos nativos.

Sertanias tem como centro a tela A Baiana e aborda a exploração do ouro e o uso do trabalho escravo para essa atividade econômica. A simbologia por trás das joias ostentadas pela mulher retratada faz referência às trilhas que levam até as Irmandades Negras (como, por exemplo Nossa Senhora da Boa Morte, na cidade baiana de Cachoeira ou Nossa Senhora da Irmandade do Jatobá, na cidade mineira de Belo Horizonte), lugares liderados por mulheres, que constituíam e ainda constituem, um espaço social, político e religioso, autônomo, com regras próprias de funcionamento.

Ribeirias, baseia-se no quadro O Herói da Guerra do Paraguai, e nas ânforas da escadaria do museu, que guardam águas de importantes bacias hidrográficas dos quatro cantos do país. A proposta é construir um percurso poético por tempos e espaços que compõe o território nacional, tendo como caminhos fundamentais quatro grandes rios brasileiros, suas histórias e importância na Grande Guerra da Tríplice Fronteira, mais conhecida como Guerra do Paraguai (1865-1870).

O Projeto

A Ocupação Museu do Ipiranga é fruto da parceria entre Universidade de São Paulo e o Sesc SP e acontece desde 2017. As ações têm como objetivo chamar a atenção da sociedade civil para o museu, fechado desde 2013, com previsão de reabertura em 2022, ano que marca o bicentenário da Independência.

“Que museu queremos em 2022? ” é a pergunta curatorial que perpassa as ações desenvolvidas dentro dessa ocupação, as quais tem como base o reconhecimento da falta de representatividade de determinados grupos sociais nas narrativas históricas oficiais.

Busca-se, por meio de ações artísticas que valorizam a diversidade cultural, discutir o poder de pinturas e esculturas que tornaram o Museu do Ipiranga um importante espaço de pensamento acerca da formação do Brasil, ampliando as leituras e convidando o público a refletir sobre a história do Brasil a partir de outras perspectivas.

Ficha Técnica: Obra coletiva com participação de: Amara Moira, Andressa Costa, Ana Flor de Carvalho, Antonio Salvador, Ametonyo Silva, Bárbara Victoria, Caio César, Daniel Almeida, Dione Carlos, Denise Peixoto, Edi Cardoso, Edna Lemos, Estelamar Maniga Colado, Felipe Barci, Felipe de Moraes, Gabriela Rabelo, Gabriele Rocha, Géssica Arjona, Hermis Barbosa, Iléa Ferraz, Izaac Robert, Jay, Jerá Poty, Jessica Marcele, Karai Popygua, Laymert Garcia dos Santos, Leidi Antônio, Lucas Neves, Lucas Zorel, Márcio Medina, Marco Faustino, Maria Thaís, Marília Casaro, Marlui Miranda, Mayara Nunes, Murilo de Paula, Neide Almeida, Nevily Alves, Paulo Felix, Renan Vilela, Roberta Santana, Sandra Nanayna, Sapobemba, Shirley Ribeiro, Solange Ferraz de Lima, Thais Lucena, Thayse Mochi, Tiago Cesquim, Victoria Fênix, Vinicius Ranieri, Viny We, Vitor Oliveira, Walter Breda, Warlley Cristiam, Wesley Rocha, William de Barros, Wini Lippi, Yghor Boy, entre outros.

Serviço – Territórios de Resistências, Narrativas em Disputa: Florestanias, Sertanias e Ribeirias.

Sertanias – Dias 13 e 14 de julho | Sábados e Domingos às 15h Duração: 90 min. Gratuito: retirada de ingressos com uma hora de antecedência na bilheteria do Sesc Ipiranga. Classificação: Livre

Ribeirias – Dias 20 e 21 de julho | Sábados e Domingos às 15h Duração: 90 min. Gratuito: retirada de ingressos com uma hora de antecedência na bilheteria do Sesc Ipiranga. Classificação: Livre. Museu do Ipiranga: Parque Independência – avenida Nazaré s/nº. Sesc Ipiranga Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga (11) 3340-2000

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