* Wilson Moço – Neymar entra em campo às 16h desta quinta-feira (4) contra a África do Sul, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, com a responsabilidade de comandar a Seleção Brasileira na luta pela inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Uma das maiores estrelas do planeta bola, o jovem atacante revelado pelo Santos há três anos desfila seu talento pelos campos da Europa com as cores do poderoso Barcelona.
Assim como aqui, lá já ganhou vários títulos. E tem futebol para ser o ponto de referência de um time que tem outros jovens de muito futebol, mas é preciso que Neymar tenha a cabeça no lugar, deixe de ter trimiliques quando as coisas não saem como quer, para que possa ser a ponta de uma lança certeira na corrida pelo ouro.
Bola Neymar tem de sobra e não precisa provar nada a ninguém. Mas é fato que não pode repetir momentos de destempero como na Copa América do ano passado no Chile, quando foi expulso após o término da partida em que o Brasil perdeu de 1 a 0 para a Colômbia, ao se envolver em confusão com adversários. E, diferentemente da seleção principal, onde tem sido uma estrela solitária, na equipe olímpica Neymar terá no ataque a companhia de estrelas em ascensão que já despertam a cobiça de alguns dos maiores clubes do mundo: Gabriel Jesus (do Palmeiras) e o são-bernardense Gabigol (do Santos).
Assim como Neymar, os dois jovens atacantes são incisivos, têm sede de gols e fazem dos dribles e da velocidade armas quase mortais. Mas, assim como Neymar, são marrentos e não raras vezes se envolvem em polêmicas dentro do campo. Mas ninguém há de negar que isso também faz parte do jogo. Só que é preciso saber dosar toda essa energia, para que não percam a cabeça e fiquem pelo caminho. E ninguém há de negar, também, que os três juntos são capazes de infernizar qualquer defesa.
Obviamente o Brasil tem outros jogadores com futebol acima da média na equipe olímpica, como Renato Augusto (ex-Corinthians), mas nenhum com o brilho desses três jovens. Aliás, três jovens que certamente perderam muito – e o time, como um todo – com o corte do veterano e excelente goleiro Fernando Prass (Palmeiras) por contusão. Experiente e com a cabeça no lugar, Prass fatalmente seria o porto seguro da garotada, tanto dentro quanto fora de campo.
Para o lugar de Fernando Prass o técnico Rogério Micale chamou Weverton, do Atlético Paranaense. Um bom goleiro, se sabe, mas uma convocação que causou surpresa geral porque não se trata de jogador de fama reconhecida e com passagem por grandes equipes do País. Aliás, uma das qualidades que levaram o treinador a chamá-lo é que sabe jogar com os pés – como se diz no jargão do futebol sobre goleiro que sabe driblar e passar bem a bola, pois ninguém tira os pés para jogar. Dizem que faz parte do futebol moderno. Besteira. Goleiro tem mesmo é de saber jogar com as mãos, pois elas são fundamentais para fazer as defesas.
Jogar bem com os pés cabe a Neymar e aos demais jogadores da linha, pois a eles cabe a responsabilidade de fazer gols e levar o Brasil ao ouro.
Frase:
Não tem essa comparação: Marta é Marta, Neymar é Neymar!
Marta, atacante da Seleção Brasileira Feminina, ao rejeitar comentar a comparação da torcida de que ela seria melhor do que Neymar, logo após a vitória das meninas por 3 a 0 contra as chinesas, ontem, na abertura das Olimpíadas Rio 2016
JOGO RÁPIDO
NAVIO DE LUXO ABRIGA ASTROS DA NBA
- O badalado time de basquete masculino dos Estados Unidos chegou ao Rio de Janeiro por volta das 10h desta quarta-feira (3). Do aeroporto, a delegação seguiu direto para fazer o credenciamento e, em seguida, foram para o luxuoso navio onde ficarão hospedados, no Porto Maravilha, na zona portuária da cidade. A embarcação tem 196 cabines e capacidade para hospedar até 400 pessoas, mas todo o espaço será exclusivo para os jogadores, comissão técnica e convidados muito especiais.
SEIS MIL TESTES CONTRA O DOPING
- O diretor do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), Francisco Radler, garantiu nesta quarta-feira (3) que o laboratório está preparado para vigiar qualquer tentativa de doping por parte dos atletas que participam da Rio 2016. A estimativa é de que o espaço realize cerca de 6 mil testes durante toda a competição e, estatisticamente, por volta de 1% desses exames costumam apresentar resultados positivos. Radler aproveitou entrevista coletiva onde tratou da questão do doping para fazer um alerta aos: “Não tentem burlar o sistema.” O laboratório terá de trabalhar em três turnos, durante as 24 horas do dia, sete dias por semana, para poder dar conta de todo o trabalho. E terá o reforço de 90 especialistas estrangeiros.
ESQUECERAM A CHAVE, E PORTÃO É ARROMBADO
- Ao seu término, os Jogos Olímpicos do Rio até podem ser um sucesso. Mas não é isso que as seguidas gafes e problemas ocorridos até agora dão a entender. A vergonha alheia voltou a se repetir nesta quarta-feira (4), quando o futebol feminino entrou em campo para dar o pontapé inicial da Rio 2016, com o jogo entre Suécia e África do Sul: os organizadores esqueceram a chave do cadeado do portão do Estádio Engenhão, e os bombeiros tiveram de usar ferramentas para arrombar o portão. No campo, vitória da Suécia por 1 a 0.
CAVALO DE R$ 40 MILHÕES NA RESERVA
- Palloubet D´Halong, filho do cavalo mais popular do Brasil, Baloubet du Rouet, está na Rio 2016 para defender as cores do Qatar com o status de ser mais caro que 11 atletas da equipe brasileira de futebol que buscará o inédito ouro olímpico. Para se ter ideia do valor, importa dizer que a federação do Qatar desembolsou 11 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões) para tirar o herdeiro de Baloubet da suíça Janika Sprunger, que também estará no Rio. Somente Neymar, Marquinhos, Gabriel Jesus, Gabigol, Felipe Anderson, Rafinha e Luan têm maior valor de mercado. Apesar do valor, e de ser filho de um grande campeão, Palloubet D´Halong foi inscrito como reserva.
INTERPOL REFORÇA SISTEMA DE SEGURANÇA
- A Interpol está entre as forças que integram o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), força-tarefa criada sob comando da Polícia Federal brasileira que atuará na prevenção e combate de atos terroristas durante a Rio 2016. A organização policial internacional não informa quantos agentes envia ao Brasil, e promete facilitar o acesso a seu banco de dados, fornecendo impressões digitais, DNA e perfis de mais de 7,7 mil combatentes terroristas estrangeiros. Entre atletas e treinadores, cerca de 17 mil pessoas estarão na cidade. Há ainda a previsão de que 500 mil dos 6 milhões de ingressos vendidos sejam de turistas.
* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC, Gazeta Esportiva, Bom Dia ABCD, ABC Repórter e pela Revista Livre Mercado, além das Prefeituras de Santo André e São Bernardo. Contatos e-mail wilsonmoco53@gmail.com |
Que categoria. Parabéns pela coluna Wilson Moço, profissional de primeira linha. ABS e obrigado pela parceria na coluna!