* Gabriel Clemente – Após muitas polêmicas e ‘negociações’, finalmente a saída do Reino Unido do bloco europeu está, oficialmente, decretada. Na verdade, segue, agora, uma fase de transição, de cerca de um ano, para adaptações referentes às questões econômicas, sociais e diplomáticas.
Após as quedas de dois premiês, David Cameron e Tereza May, o conservador Boris Johnson ‘deu a cara para bater’, ‘comprou a briga’ de verdade e, por meio de costuras exitosas no parlamento, obteve a chancela para pôr em prática a vontade da maioria do povo britânico. Apenas a Irlanda e a Escócia mantiveram-se contrárias à saída.
Após 47 anos no bloco europeu, essa ruptura revela uma nova ótica na ordem mundial. A globalização possui os seus benefícios, mas há um conceito muito importante chamado soberania.
Interferências ‘externas’ podem causar muitos transtornos, sobretudo em países com uma democracia consolidada, questões aduaneiras e perfis culturais. Absolutamente nada a ver com xenofobia. Nada, felizmente.
Embora seja uma monarquia secular, o Reino Unido realiza eleições periódicas. Afinal, trata-se de um sistema parlamentarista, no qual quem governa é um premiê, que pouco ou para quase nada precisa do aval da realeza.
Agora, com o desligamento, haverá a fase de transição, de adaptações. O povo britânico estava ‘farto’ de precisar se submeter a algumas vontades estrangeiras, por meio de consensos ilusórios.
A ‘rixa’ com a França, por exemplo, vem de muito tempo, por razões históricas surgidas, sobretudo, na famosa ‘Guerra dos Cem Anos’.
No país gaulês dificilmente encontra-se alguém que fale inglês com os turistas. Detalhe: Trata-se do território mais visitado da Terra, campeão em receber visitantes de todo o planeta.
Para ‘agravar’ a situação, atualmente a França possui um governo de viés ‘progressista’, ou seja, na contramão da guinada mundial e avesso ao perfil do primeiro ministro Boris Johnson.
Agora, o bloco europeu fica com 27 países e uma queda considerável no seu poderio. Afinal, perderá uma economia forte e importante.
O Brexit será benéfico ? Não sabemos. Ninguém é profeta. Só o tempo vai revelar…
* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como assessor de imprensa político, repórter da Rádio ABC e assistente de Comunicação Institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA).
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